O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,31% em janeiro e ficou 0,09 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de dezembro (0,40%). Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,47%, abaixo dos 4,72% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2023, o IPCA-15 foi de 0,55%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em janeiro. A maior variação (1,53%) e o maior impacto (0,32 p.p.) vieram de Alimentação e Bebidas. O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,56%) acelerou em relação ao mês anterior (0,14%), enquanto Habitação (0,33%) registrou alta menos intensa em janeiro. O grupo Transportes caiu 1,13% em janeiro e contribuiu com -0,24 p.p. As demais variações ficaram entre a queda de 0,03% de Comunicação e a alta 0,56% de Despesas Pessoais.
No grupo Alimentação e bebidas (1,53%), a alimentação no domicílio subiu 2,04% em janeiro. Contribuíram para esse resultado as altas da batata-inglesa (25,95%), tomate (11,19%), arroz (5,85%), frutas (5,45%) e carnes (0,94%). A alimentação fora do domicílio (0,24%) desacelerou em relação a dezembro (0,53%). Tanto a refeição (0,32%) quanto o lanche (0,16%) tiveram variações inferiores às do mês anterior (0,46% e 0,50%, respectivamente).
Em Saúde e cuidados pessoais (0,56%), o resultado foi influenciado pelo plano de saúde (0,77%) e pelos itens de higiene pessoal (0,58%). Destacam-se as altas do desodorante (1,57%), do produto para pele (1,13%) e do perfume (0,65%).
No grupo Habitação (0,33%), o resultado da energia elétrica residencial (-0,14%) foi influenciado pela incorporação de alterações nas alíquotas de ICMS em Recife (1,56%), Fortaleza (-0,18%) e Salvador (-3,89%), a partir de 1º de janeiro, bem como pela apropriação residual do reajuste de -1,41% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (0,32%), a partir de 22 de novembro.
Ainda em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (0,56%) foi influenciada por reajustes tarifários aplicados nas seguintes áreas de abrangência da pesquisa: de 15,76% em Belém (6,00%), a partir de 28 de novembro; reajuste médio de 4,21% em Belo Horizonte (2,79%), a partir de 1º de janeiro, e de 4,97% em uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (1,29%), a partir de 1º de dezembro.
Em gás encanado (1,01%), os seguintes reajustes tarifários foram incorporados: de 3,30% em São Paulo (2,74%), a partir de 10 de dezembro; redução média de 0,45% no Rio de Janeiro (-0,23%) a partir de 1° de janeiro; e redução de 6,82% em Curitiba (-3,15%), também a partir de 1º de janeiro.
No grupo Transportes (-1,13% e -0,24 p.p.), houve queda na passagem aérea, subitem com maior impacto individual no índice do mês (-15,24% e -0,16 p.p.). Em relação aos combustíveis (-0,63%), houve recuo nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%), enquanto o gás veicular (2,34%) registrou alta. O subitem táxi apresentou alta de 0,69% devido aos reajustes, a partir de 1º de janeiro, de 4,21% no Rio de Janeiro (1,97%) e de 4,61% em Salvador (2,18%).
Ainda em Transportes, a variação do ônibus urbano (-3,81%) foi influenciada pelo reajuste médio de 16,67% em Belo Horizonte (9,33%), a partir de 29 de dezembro; e em São Paulo (-21,88%), pela aplicação de gratuidade nas tarifas aos domingos e em algumas datas comemorativas, a partir de 17 de dezembro. Ainda em São Paulo, houve reajuste de 13,64% nas tarifas de trem (6,36%) e metrô (6,36%) a partir de 1º de janeiro. Por conta dos reajustes mencionados, a integração transporte público caiu 11,56% em nessa área.
Quanto aos índices regionais, dez áreas tiveram alta em janeiro. A maior variação foi registrada em Belo Horizonte (0,88%), por conta das altas em ônibus urbano (9,33%) e na batata-inglesa (34,30%). Já o menor resultado ocorreu em Brasília (-0,41%), que apresentou queda nos preços da passagem aérea (-21,31%) e na gasolina (-3,72%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de dezembro a 14 de janeiro (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de novembro a 14 de dezembro (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.