Julia Simões/ACIL
A Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL) realizou a primeira edição do Almoço com Empresários de 2024, na quinta (25), em parceria com Garanticoop, Hospitalar, Sicoob e TOTVS. O evento reuniu mais de 30 empresários no Restaurante Ermetto para uma palestra sobre o tema: “Como tornar o ESG parte da estratégia de negócio”, ministrada pela gerente de Estratégia ESG da TOTVS, Roseli Nogueira.
O presidente da ACIL, Angelo Pamplona, abriu o evento discursando sobre a importância de encontros como este para a atualização dos empresários: “A ACIL vai completar 87 anos promovendo o desenvolvimento do setor produtivo de Londrina. Nós temos 2.700 associados e precisamos entregar para eles as nossas ações, aquilo que a gente trabalha, o que eles nos demandam. Esse almoço é uma dessas demandas”, ressaltou.
ESG como parte da estratégia de negócio
A gerente de Estratégia ESG da TOTVS, Roseli Nogueira, começou a palestra alertando sobre a importância de as empresas serem orientadas pelos pilares da preservação ambiental, responsabilidade social e governança empresarial. “Os negócios estão sendo orientados pelo ESG. Seja do ponto de vista do risco ou do ponto de vista da oportunidade que o risco acaba trazendo, em termos de ESG. O fato é que estão tendo uma outra visão que envolve analisar, por exemplo, a crise climática”.
A visão do consumidor em relação às marcas com as quais escolhe se relacionar também está passando por mudanças, conforme alertou a palestrante: “O consumidor quer se relacionar com empresas, marcas, que são mais sustentáveis, que têm a sustentabilidade na sua estratégia”.
Roseli ainda explicou que a pauta ESG tem sido abordada pelos bancos de fomento, que têm oferecido condições diferenciadas às empresas que seguem as normas ambientais, sociais e de governança. “É a mesma coisa de dizer que esse crédito vai ser mais caro, vai ser mais escasso para quem não tiver o ESG como um parâmetro das suas decisões. E isso também envolve a gente pensar cadeias produtivas mais sustentáveis”, alertou.
Os empresários presentes no evento foram convidados à reflexão sobre modelos de negócio que proporcionem sustentabilidade para o mercado, para o consumidor e para o planeta. A palestrante ainda apontou que a transparência nas ações e nas tomadas de decisão interferem diretamente na forma como o mercado avalia a empresa, alertando que o negócio precisa estar preparado para prever riscos que possam causar danos a sua imagem e prejuízos financeiros.
“Se uma empresa é multada por algum dano ambiental, se perde algum cliente, se tem questões trabalhistas, se ela é invadida ou os dados dela são invadidos, isso tudo é dinheiro”, alertou.
De acordo com a gestora de Estratégia ESG da TOTVS, a gestão de resíduos e a adoção de medidas voltadas à segurança no trabalho são algumas das práticas já aplicadas pelas empresas. Roseli explica que o que falta é conectar as ações diárias a uma estratégia estruturada, considerando a realidade e os objetivos individuais da organização. “As diretrizes vão ser muito claras a partir do momento que você conseguir avaliar esse cenário teu, que é único. Não adianta comparar com outra organização. Você tem os seus processos, você tem a forma como você compra, como você paga”, apontou.
Para aqueles que têm dúvidas de como a agenda ESG contribui para a geração de resultados financeiros, a palestrante alerta que se trata de uma agenda financeira: “Você vai ganhar dinheiro com isso ou você vai deixar de perder dinheiro. Quando você deixa de perder dinheiro, você também ganha no final do dia, de alguma forma”, ressaltou.
Plano de ação
Após analisar o cenário da empresa, o próximo passo é o plano de ação. Roseli explica que a sustentabilidade deve fazer parte da cultura da empresa para que haja engajamento dos colaboradores. “Uma empresa só vai ser reconhecida com altos níveis de maturidade ESG quando ela engaja os seus colaboradores, os seus diretores, todos os seus stakeholders, inclusive fornecedores e clientes”.
Sobre a mudança de posicionamento perante o mercado, a palestrante enfatizou que há uma série de fatores a serem trabalhados, entre eles a forma como a empresa vende seus produtos e como se relaciona com o público interno e externo. A gestora deixa claro que, quando se trata da aplicação do ESG, há diferentes níveis de maturidade, e aponta que as boas práticas podem ser aplicadas em empresas de diferentes portes e segmentos: “O ESG é para todas as empresas, para todos os setores, todos os tamanhos”, enfatizou.
No que diz respeito à aplicabilidade da agenda ESG como estratégia de negócio, a palestrante explica que o processo não é linear e pode mudar de uma empresa para outra, conforme as demandas a serem trabalhadas em cada cenário.
Mensuração de resultados
Além de definir e aplicar as estratégias, é necessário mensurar os resultados e acompanhar os indicadores para compreender o cenário. É o que explica a gestora de Estratégia ESG da TOTVS, ao destacar a importância de as empresas comunicarem as suas ações para o mercado de maneira efetiva.
“Quando posicionamos a empresa no score, fica muito claro o momento que ela está e para onde ela pode ir. A gente começa a abrir esses dados da empresa para mostrar exatamente os gaps que ela possui ou aquilo no que ela é muito boa. Encontramos empresas muito boas que já estão fazendo muitas coisas interessantes, principalmente no social”, destacou.
Próximos eventos
Durante o almoço, o presidente da ACIL ainda falou sobre outros eventos de destaque durante o ano, como o Mercado em Foco, no dia 21 de maio, o LiDERE + Negócios, que irá acontecer nos dias 16 e 17 de outubro, e o LondriNatal, que ocorre tradicionalmente em dezembro. O superintendente da ACIL, Rodrigo Geara, complementa a fala do presidente e afirma que a associação tem realizado um trabalho intenso para que os eventos sejam um sucesso.
“Em outubro, teremos a 8ª edição do LiDERE, que já se consagra como um dos maiores eventos empresariais do Estado do Paraná. Cada vez mais, a gente trabalha para consolidar o LiDERE no calendário dos grandes eventos a nível nacional”, concluiu.
O superintendente ainda falou sobre o impacto do evento para a inversão da lógica econômica através da oferta de conteúdo de qualidade a empresários de Londrina e de outras cidades para fomentar o comércio local.
Fotos: Ranulfo Pedreiro/ACIL