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João Piccolo, do Google: “O básico bem feito resolve muita coisa”. Confira a entrevista no Lidere

Veja as dicas para melhorar a presença digital de sua empresa com um especialista sobre o assunto.

Equipe ACIL

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Durante a efervescência do Lidere + Negócios, a ACIL montou um estúdio para entrevistar diversos palestrantes, em parceria com a H3 Filmes. A entrevistas foram realizadas pela jornalista Julia Simões e transmitidas ao vivo pelo canal da ACIL no YouTube.

Um dos entrevistados foi João Piccolo, head de Varejo do Google, que palestrou sobre o tema Tomada de decisão baseada em dados. Formado em Administração de Empresas pela PUC-SP e em Marketing pela University of West Florida, ele consolidou a carreira no varejo digital, atuando desde os primeiros passos até a aceleração do e-commerce de grandes marcas do setor, como Americanas, Grupo Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Fast Shop. No Google, Piccolo está como head de Varejo há dez anos. Confira como foi a entrevista: 

Aproveitando o tema da palestra sobre tomada de decisão baseada em dados, como é que os gestores, líderes, empresários, eles podem implantar essa cultura nas empresas, considerando que hoje em dia tem muita gente que ainda segue aquela questão da intuição, da experiência, como que a gente poderia mudar isso?

João Piccolo – Tem muito de cultura organizacional nisso, tem muito de confiar no time, né? De você empoderar o seu time e valorizar as ideias diversas. É criar uma cultura em que as pessoas consigam até trabalhar um pouco fora do seu core, até entendendo o que tem de skill. Às vezes, você está aqui trabalhando em algum ponto e tem um skill que é muito vibrante. O Google super-empodera isso. Então tem um quê, primeiro, de você confiar nas equipes a ponto de dividir informações que, em muitas empresas, ficam meio que concentradas na alta liderança, e aí você cobra inovação e ideias novas, frescor e aquela paixão pelos temas, quando você mesmo não dá o ferramental para isso. Então, antes de eu falar de ferramentas, de marketing, ou ferramentas do Google que geram dados, tem um querer cultural, que eu acho que parte muito da liderança.

Confiar nas equipes, empoderar e fazer o fluxo de informação acontecer do começo ao fim, para as pessoas terem as informações e, de fato, pensar um novo jeito. Dar a abertura para as pessoas falarem. Você faria isso diferente? Como você faria isso? Eu fiz a provocação do Google ter o pensamento 10 vezes, né? Pense em melhorar as coisas não em 10%, mas em 10 vezes. Como é que você vai cobrar isso de alguém que está sem o mar de informações que você tem como líder? Eu, no Google, me sinto muito privilegiado de ter as informações, estão todas ao meu alcance. Cabe a mim pensar, botar o meu cérebro pra funcionar, enfim, tirar o melhor de mim pra pensar o melhor pra empresa. Pensei bastante nisso.

Hoje em dia a gente tem um grande volume de dados aí à disposição, a gente sabe. Quais ferramentas do Google o gestor pode usar para filtrar esses dados, os mais relevantes, para não perder nenhuma oportunidade?

João Piccolo – Tem várias no mercado. Aqui eu vou citar duas do Google que são grátis e, assim, fica quase um beabá. É o que eu chamei na palestra de presença digital. Você precisa garantir que a sua presença digital esteja te ajudando. Antes até de você pensar em contratar uma agência, fazer grandes campanhas de marketing, vê se o seu be-a-bá está bem feito, o arroz com feijão está todo em casa. O perfil de negócio do Google é muito valioso. Pega o celular agora e busca a sua empresa. Se aparecer algo que você não gostou sobre a sua empresa, se aparecer o card da sua empresa com informações que não foi você que colocou, tome ação.

Tem como você pedir para o Google: “Eu sou o dono dessa empresa”. E você corrige informações de endereço, telefone, horário de funcionamento, coloca as melhores ofertas e responde comentários. Uma ferramenta muito poderosa. Junto dela tem quase que um analytics dessa plataforma grátis para mostrar quantas pessoas entraram na plataforma, quantas pessoas clicaram no botão para ir até o seu negócio, quantas ligaram, quantas clicaram e foram para o seu site. Você consegue fazer gráficos. Eu sou apaixonado por dados. Gráficos mostram que essa semana está mais quente, essa outra deu uma esfriada. O que aconteceu? Choveu, caiu minha demanda ou esfriou? Tem tanta decisão que você toma quando você olha para os dados e fala: “Por que a demanda pelo meu negócio, pelo meu produto caiu ou cresceu”? Tem informação grátis na palma da sua mão. Essa é uma ferramenta muito poderosa. Gabarite o perfil de negócio do Google.

A segunda é o Google Trends, que você precisa ser mais inventivo ali para criar o seu próprio insight. Comparar a sua marca com o concorrente, comparar os produtos que você vende, como está a curva de demanda por eles? A curva de buscas no Google caiu muito, cresceu muito? Às vezes você põe no Google Trends e vê que a demanda caiu muito. Isso serve pra você regular o estoque. Para você ligar para o seu fornecedor e falar: “Preciso devolver esse produto, isso aqui não tá funcionando”. É o seu planejamento comercial. Quem é muito avançado nisso, está puxando os dados do Google Trends via BI e colocando em dashboards internos para tomar decisões com base nesses dados. Eu sei o que tá acontecendo com os dados da minha empresa, o que está vendendo, o que não está. Mas eu quero pegar um pouco de demanda do Google como termômetro da sociedade, do que está bombando ou não. Tomar decisões com base nesses dados é muito valioso. Esse eu recomendo fortemente. Perfil de empresa e Google Trends. Tem outros aqui, mas pelo tempo, eu ficaria com esses dois. Se você gabaritar esses dois, já está muito bem posicionado.

É interessante você comentar isso do básico bem feito, que a gente vê que ele se aplica muito nesse contexto de tomada de decisão como um todo. A gente teve até uma palestrante antes que falou sobre decisões financeiras inteligentes. Ela falou exatamente a mesma coisa que você, em relação a fazer o básico bem feito.

João Piccolo – Eu  fiz uma brincadeira sobre o pessoal do Google vir aqui e não falar de inteligência artificial.  Mas eu ainda tenho a sensação de que o básico não está bem feito. Quando eu penso e falo: “Vou começar a botar inteligência artificial na minha tomada de decisão”, é legal. Mas respire fundo, veja como está. Faz o passo a passo do seu próprio consumidor. Como ele tem a experiência com a sua marca? Não tem nada a ver comigo, mas no social, no Google, como está essa experiência? Depois você pensa em dar um passo forte em inteligência artificial. Eu gosto muito de pensar isso, o básico bem feito resolve muita coisa.

Tem até aquela velha afirmação de que se você não está no Google, você não existe, porque é automático, isso que você falou do Google é o meu negócio, é algo que a gente procura. 

João Piccolo – Os usuários do Google têm autonomia para falar: “Eu conheço esse negócio, ele funciona de tal hora a tal hora, ele é acessível ou não, ele tem vaga na porta ou não”. Tem ferramentas do Google que fomentam que os próprios usuários comentem e criem o perfil da empresa, mesmo que você não faça isso. Mas quem melhor do que você, o dono da empresa, para falar sobre a sua empresa, o que ela tem de bom, o horário de funcionamento? Eu acho muito valioso, é um primeiro passo que o próprio dono da empresa pode fazer.

Para gente finalizar, gostaria que você comentasse para o gestor de equipe, para o empresário, para o empreendedor, por que é importante estar em encontros como o Lidere + Negócios?

João Piccolo – Eu adorei o evento. É a primeira vez que eu venho aqui. Pretendo voltar outras vezes pra falar de inteligência artificial no ano que vem. Porque neste ano eu falei isso do fundacional. Quem sabe, no ano que vem, eu faça uma continuação? É muito rico. Eu passei aqui toda a manhã, vi palestrantes muito inspiradores. Tem conteúdo de qualidade, tem muita troca. Um networking muito rico. Eu me senti energizado. Vi palestrantes vibrando, falando com paixão sobre as coisas que eles gostam, seja o dono da empresa, sejam palestrantes mais motivacionais. Muito dificilmente você vai vir aqui, ouvir e não pensar em uma coisa nova para sua empresa, não pensar em uma parceria nova ou algo que você pode fazer diferente. Eu me senti muito energizado e estou pensando agora: “O que eu vou fazer de diferente”? Parabéns pelo evento, é muito legal.

Foto: Giovanna Garcia/ACIL

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