Fonte: Jornal de Londrina
“Esse movimento de geração de emprego é reflexo do bom momento vivido pela economia, um aquecimento interno”, avaliou o economista do Dieese, Sandro Silva. Ao todo, foram geradas 7.282 novas vagas em 2010, contra 2.359 postos de trabalho nos seis primeiros meses de 2009, um crescimento de 208%. O setor de serviços foi o que mais contratou, num total de 3.767 trabalhadores, seguido pela construção civil (1.694), pela indústria (967) e pelo comércio (798).
Com os empregos gerados, a cidade alcançou o sexto melhor índice do estado, ficando atrás de cidades como Araucária(12,49%), Piraquara (8,28%), Pinhais (7,41%), Cascavel(6,03%) e Sarandi (5,73%). O pior resultado foi registrado emParanaguá (1,77%). “Londrina foi o sexto melhor desempenho. Praticamente todos os setores estão positivos, com destaque para serviços, que gerou mais da metade dos empregos”, disse Silva.
O economista apontou que o aquecimento da economia, que impulsiona a abertura de postos de trabalho e a contratação de trabalhadores, é resultado da combinação de diversos fatores. “Aumento do salário mínimo e elevação do volume de crédito”, exemplificou. De acordo com Silva, diversas categorias de trabalhadores tiveram ganho real nos salários. “Isso faz com que as pessoas consumam mais e as empresas tenham que produzir [para suprir a demanda]. Para isso, precisam contratar mais”, explicou.
Silva classificou o movimento como um ciclo virtuoso, que estimula constantemente o aquecimento da economia e a geração de empregos. O economista ponderou, entretanto, que ainda é preciso melhorar variados aspectos. “O mercado de trabalho ainda tem muitos problemas. A taxa de desemprego é alta, há muita informalidade e a média salarial, apesar de estar se recuperando, ainda é baixa”, analisou.
O coordenador regional da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Ary Sudan, concorda que é preciso investir em melhorias para proporcionar ainda mais contratações. “Londrina precisa investir mais em capacitação. Existe um desemprego pela falta de capacitação. E não temos essa capacidade de capacitar as pessoas na mesma velocidade que a demanda do emprego”, apontou. Segundo ele, apesar dos centros de capacitação, seriam necessários mais espaços.
Sudan afirmou que muitas pessoas estão desempregadas justamente porque as empresas não conseguem encontrar mão de obra especializada, preparada para aquela determinada função. “As pessoas desempregadas, em geral, não estão capacitadas.” Ele reconheceu, entretanto, que existem pessoas que estão “transitando” no desemprego. São aquelas que foram demitidas e recolocadas no mercado de trabalho rapidamente ou que trocaram de emprego.
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