A nova cara do emprego em Londrina

Na tentativa de ocupar as funções em aberto, comércio e indústria estão reduzindo as exigências na hora da contratação (Jornal de Londrina)

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Fonte: Jornal de Londrina

Diariamente 78 pessoas saem da Agência do Trabalhador (Sine) de Londrina empregadas. Menos de 10% do total oferecido. O tempo médio de preenchimento de vagas pelo órgão varia de acordo com a função, e a demora maior para preenchimento está diretamente ligada ao trabalho à noite e aos domingos, como em caso de vagas para o comércio. Já o salário oscila entre R$ 663 e R$ 1.100.

Na tentativa de ocupar as funções em aberto, comércio e indústria estão reduzindo as exigências na hora da contratação. Para algumas funções já não está sendo necessário comprovar escolaridade nem experiência.

O crescimento no número de vagas oferecidas por meio do Sine nos últimos 22 dias já é 50% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2009, a média de vagas oferecidas por dia oscilava em torno de 450. “Hoje trabalhamos com número não inferior a mil vagas”, diz Neiva Sefrin, chefe do Sine. Ela prevê ainda aquecimento na oferta de empregos temporários para o Natal já a partir de outubro.

Para Neiva Sefrin, o que está se configurando não é o otimismo comum do fim de ano, e sim uma “reorganização do mercado econômico”. Com maior investimento público e privado, é natural que haja aquecimento, diz ela, numa demonstração clara que o mercado econômico está se reorganizando depois da crise de 2008, com reflexos ainda em 2009.

“São dados reais, não apenas otimismo. Os empregos temporários vão aquecer ainda mais o mercado, num ciclo que vem desde a geração de renda, mais gente empregada e maior acesso aos bens e serviços”, avalia. Ontem, na Agência do Trabalhador foram oferecidos 1.202 empregos, sendo 51 para pessoas com deficiência, visando 142 diferentes ocupações.

Exigências

Tanto no Sine como em agências de Recursos Humanos, quando a oferta de vagas é voltada a cargos operacionais é possível perceber que o empregador já prefere exigir menos do trabalhador para garantir contração imediata. A exigência de escolaridade caiu bastante e, ao contrário de outras épocas, não é mais o ensino médio completo que encabeça a lista para se escolher o empregado ideal. “Teve época em que o segundo grau liderava a lista para contração de empregos, como auxiliar de produção e servente de pedreiro. Nesse momento, vemos que as exigências diminuíram e em alguns casos, nem mesmo o primeiro grau está sendo exigido”, disse Silvio Linus Lopes, diretor da Labor Trabalho Temporário.

A Admita Recursos Humanos, trabalha basicamente com cargos administrativos, onde o nível de exigência até aumentou, mas para cargos operacionais é possível perceber que a exigência diminuiu. “O critério reduziu”, lembra Thaís Monteiro, gerente da empresa.

Em busca de uma nova chance

“Não tenho condições financeiras de buscar uma melhor qualificação, como curso de computação e especialização. Já fui servente de pedreiro, segurança, lavador de ônibus e manobrista, mas nem a carteira de habilitação eu consigo tirar, é muito cara”, disse o desempregado Paulo Giusti de Araújo, 29 anos, morador do Parque Ouro Verde, na zona norte. Na segunda-feira ele comemorava o fato de uma faculdade da cidade não exigir qualificação demais na hora de chamá-lo para uma entrevista para ser porteiro. “Estou confiante, tomara que dê certo.”

Bem menos otimista estava o desenhista Antonio Carlos de Oliveira, 47 anos, que procura há meses se reintegrar ao mercado. “Já tentei trabalhar com vendas e não deu certo. Também já perdi algumas vagas para gente mais nova. No meu caso, as empresas estão contratando estagiários. Encaro qualquer coisa pela necessidade e também estou na fila por um emprego temporário, mesmo sem experiência.”

Segundo a chefe do Sine, Neiva Sefrin, Oliveira pode ganhar nova chance, pois está havendo flexibilização maior em relação à idade. “As empresas estão pedindo mais experiência e responsabilidade, aumentando também as vagas para pessoas mais velhas.”

Mais benefícios para ‘segurar’ o empregado

Vale alimentação e transporte, planos de saúde e odontológico, e até convênios com farmácias estão sendo usados pelas empresas para manter o empregado. “Quando se encontra um bom empregado, o contratante prefere mantê-lo, oferecendo benefícios. É uma maneira de evitar que o profissional qualificado se transfira para o concorrente”, disse Thais Monteiro, da Admita. Na Labor, Silvio Lopes lembra que até a “cesta básica aumentou para alguns empregados”, outro atrativo apresentado pelos empregadores.

10,4 mil 

vagas foram abertas em Londrina nos oito primeiros meses do ano. Com isso, município mantém percentual de crescimento do nível de emprego de 8%, superior à média nacional de 5,92%.

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