Uma comitiva de parlamentares neozelandeses esteve esta semana no Brasil para discutir a criação de um acordo de livre comércio com o Mercosul. A visita faz parte de uma estratégia do país da Oceania para ampliar a parceria comercial com nações emergentes (a delegação ainda visita nesta semana a Argentina, o Uruguai e o Chile). Embora ofereça um mercado pequeno, especialistas em comércio exterior veem com bons olhos a aproximação neozelandesa, que pode reservar boas oportunidades para o País diversificar a pauta exportadora.
No centro das conversas entre os dois países está a criação de mecanismos para intensificar o intercâmbio comercial. Áreas como educação e aviação foram discutidas durante o encontro, divulgou a assessoria de comunicação da Câmara dos Deputados. Para Célio Hiratuka, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE/Unicamp), há boas oportunidades para ambos os lados. Além disso, por meio da Nova Zelândia, o Brasil poderia acessar mercados com os quais a nação da Oceania já tem tratados de livre comércio.
“A Nova Zelândia oferece um mercado pequeno, mas aberto. Grande exportador de produtos agrícolas, o país tem justo interesse em negociar a redução de barreiras ao comércio de produtos primários. Há grandes empresas por lá, como a Fonterra (multinacional da indústria de laticínios), que pode ampliar seus negócios no Brasil, inclusive com investimentos diretos. Companhias brasileiras podem fazer o mesmo, buscando ainda cooperação tecnológica”, avalia. “Setores como de alimentos, energias renováveis e de serviços têm enorme potencial, inclusive com ampliação para outros países vizinhos. Cabe ao governo brasileiro usar sua inegável liderança no Mercosul para aproveitar a oportunidade e tentar diversificar a pauta exportadora”, completa.