Fonte: Folha de Londrina
””Ele queria, além de morar no alto, ter a casa mais notável da cidade, onde futuramente um governador de Estado não se pejasse de despachar ou um presidente da República não se vexasse de pernoitar…””.
Este trecho do livro ”O Tempo de Seo Celso”, escrito por Domingos Pellegrini, explica a intenção que o pioneiro empreendedor de Londrina, Celso Garcia Cid, teve ao construir seu casarão na Avenida Higienópolis, na metade da década de 40.
O palacete cumpriu com o dever: abrigou governadores, como Moisés Lupion e Paulo Pimentel, e até o presidente Juscelino Kubitschek. Essa foi uma razões para que o local fosse tombado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural do Paraná (CEPHA).
De acordo com o relator do processo de tombamento, professor Humberto Yamaki, do Departamento de Arquitetura da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que integra o corpo de 10 membros titulares do Conselho, nomeados pelo governador do Estado, ””a família Garcia Cid fez a solicitação do tombamento há dois anos””.
Segundo Yamaki, que é pesquisador de temas históricos e culturais londrinenses, ””este é o quarto tombamento de patrimônio da cidade.”” ””Os demais foram: o Teatro Ouro Verde (1998), a antiga sede da estação rodoviária, hoje Museu de Arte de Londrina (1974), e a Praça Rocha Pombo (1974)””.
Yamaki avalia que o patrimônio histórico e cultural ””é uma atribuição que pode transcender a edificação, muitas vezes contemplando não o projeto arquitetônico, mas sua representação.”” ””É o caso do Palacete de Celso Garcia Cid, inaugurado em 1947. É uma construção eclética, uma mistura de estilos, que pertenceu a um pioneiro empreendedor que recebeu muitas figuras marcantes e foi palco de encontros políticos. Além disto é também uma marca de um trecho da cidade, o Alto Higienópolis.””.
No casarão hoje funciona um banco, e de acordo com Yamaki, com o tombamento ””as características principais do casarão serão mantidas, como fachada, terraço, varanda, entre outros””.
Conhecido como um arrojado pecuarista e empresário do setor de transportes, Celso Garcia Cid nasceu na Espanha e veio para o Brasil no início da década de 1930 e morreu em 1972. Afinal, como demonstra a sua biografia, ””ele queria além de morar no alto…””.