Fonte: Nelson Bortolin/Folha de Londrina
Desde ontem, a tarifa de telefonia pré-paga da Sercomtel é a mais barata entre todas as operadoras. São R$ 0,20 por ligação entre dois telefones da empresa municipal e R$ 0,20 o minuto entre um aparelho da empresa e outro da concorrência. Também foram reduzidos os valores de telefonia fixa de longa distância. As do celulares pós-pagos somente serão alteradas no mês que vem.
As novidades, que buscam promover a competitividade da operadora municipal perante as grandes concorrentes, serão lançadas oficialmente pelo prefeito Alexandre Kireeff na quinta-feira, na ExpoLondrina.
As reduções de tarifas foram possíveis, segundo o presidente da empresa, Christian Schneider, devido ao Plano Geral de Metas da Competição (PGMC), lançado em janeiro pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "Atendendo ao apelo das pequenas operadoras, a agência publicou a portaria que traz equilíbrio na competitividade das pequenas diante das grandes", declara. São consideras pequenas, além da Sercomtel, a CTBC, com sede em Uberlândia (MG), e a Nextel.
"Antes, quando um cliente Sercomtel ligava para outro da TIM, por exemplo, ele pagava mais de R$ 1 por minuto. Mas se era um cliente da Claro que ligava para o da TIM, o valor cobrado era bem menor. Ou seja, as grandes operadoras faziam negociações entre elas e cobravam preços mais baratos", conta. Com o PGMC, segundo Schneider, as pequenas terão direito a pagar o menor valor de mercado oferecido para as grandes nas ligações interoperadoras.
O presidente explica que, a partir de 1º de maio, as tarifas de roaming (ligações para celulares de outras regiões) serão reajustadas para baixo. "Serão arbitradas pela Anatel", afirma. Isso vai beneficiar as pequenas operadoras e a Sercomtel irá lançar novos valores para os planos pós-pagos.
Ele ressalta que as novas tarifas de celular também valem para ligações de telefonia móvel para telefonia fixa. Serão R$ 0,20 por chamada no caso de ambas as linhas serem Sercomtel e R$ 0,20 por minuto caso a ligação seja para um fixo da concorrente.
Atualmente, segundo Schneider, a participação da Sercomtel na telefonia fixa de sua área de atuação é de 74%. Já, no caso da celular, de apenas 12%. "O novo plano irá ajudar a trazer mais clientes para a telefonia celular", acredita. De acordo com o presidente, a empresa resolveu "ser ousada" nas tarifas e tem meta de fazer a telefonia celular voltar a gerar de 12% a 13% da receita da empresa até o fim do ano que vem. Hoje, ela contribui com apenas 8,8%. "Em um ano, chegaremos a 10%, 11%", estima.
A Sercomtel também vai lançar um produto que permite, por meio do site da empresa, visualizar as imagens captadas pelas câmeras instaladas nas casas dos clientes. O próximo passo, segundo ele, é a possibilidade de liga o alarme da residência do cliente ao órgão de segurança pública.
Situação crítica
Apesar dos novos planos, Christian Schneider, que ontem completou 30 dias no cargo, diz que a empresa fechará o ano com prejuízo. "A não ser no caso de algum evento que permita a gente antecipar nosso planejamento estratégico", declara. De acordo com ele, é possível que a Sercomtel tenha problemas de fluxo de caixa neste ano, pela primeira vez na sua história. "Fizemos muitos investimentos para expandirmos os serviços. Não fosse isso, estaríamos no azul", afirma.
A operadora municipal atua hoje em 45 municípios do Paraná. "Esses novos municípios têm compensado a receita que a empresa vem perdendo em Londrina nos últimos anos. Mas os investimentos feitos só apresentarão retorno financeiro a partir de dois anos", estima. Em 2012, as outras cidades renderam R$ 22 milhões, segundo o presidente. "A perda em Londrina foi equivalente."
