Fonte: Folha de Londrina
A interrupção do fornecimento de água em Londrina tem se tornado uma constante nos últimos dias. O grande período sem chuvas e as altas temperaturas aliadas a um consumo maior tem obrigado a Sanepar a racionalizar. A normalização do sistema deve acontecer apenas no início da próxima semana.
Ontem, com a realização de manobras operacionais no sistema de distribuição, faltou água em 33 bairros da zona norte de Londrina e dez de Cambé (Região Metropolitana de Londrina). A interrupção atingiu 15 mil domicílios. Na quarta-feira, 30 mil residências da zona oeste foram prejudicadas. Hoje, o fornecimento será interrompido em 17 mil domicílios de bairros da zona oeste de Londrina e sul de Cambé.
Segundo a Sanepar, medidas como essas são necessárias para recuperar os níveis de reservação que caíram nos últimos dias, em virtude da parada na produção do Sistema Tibagi para manutenção e devido à queda no fornecimento de energia elétrica no último domingo e na terça-feira. O outro agravante é a elevação do consumo em até 30%.
"No sábado, foram consumidos 220 milhões de litros de água, quantidade bem acima da média para este período, que é de 160, 170 milhões de litros. A nossa capacidade de produção é de 180 milhões/dia. Temos que usar os reservatórios e como o nível de chuva está baixo demoramos mais para reabastecer e com isso é preciso racionalizar", explicou Carlos Roberto Pinto, gerente Geral da Sanepar na região norte.
O gerente ressaltou que os desligamentos não se prolongam por mais de 24 horas e o rodízio entre os bairros é feito para não prejudicar apenas uma parcela da população. "Se não selecionássemos os bairros sempre o consumidor que mora mais na periferia e nas regiões mais altas seria prejudicado", frisou.
Dia de serviço
A falta de água traz muitos problemas para os moradores. A doméstica Valdirene Alves Guimarães, de 50 anos, perdeu o dia de serviço, já que a residência onde ela trabalha, no Jardim das Américas (zona norte), foi atingida pelo racionamento. "Quando cheguei a patroa mandou eu voltar, pois não tinha o que fazer sem água. O problema é que perdi a minha diária", contou.
No Conjunto Milton Gavetti, também na região norte, o corte do abastecimento chegou por volta do meio-dia. Para driblar a falta de água, Elza Monteiro, de 66, utiliza a caixa d’água e economiza o máximo possível. "Eu uso um galão para recolher a água da chuva e uso a água da máquina de lava roupa para lavar a calçada", explicou. "É uma obrigação de todos economizar água. Se todos fizessem a sua parte, ficaria mais fácil. Se ficar lavando calçada todo dia, uma hora a água vai acabar mesmo", ressaltou Sônia Pardo, de 42, moradora do Jardim Paraíso, zona norte.
A Sanepar também ressalta a importância de economizar água durante este período, evitando lavar calçadas, carros e banhos demorados. Outra dica é manter um reservatório com capacidade suficiente para abastecer a residência por pelo menos um dia.
A Sanepar está investindo R$ 71 milhões para ampliar o Sistema Tibagi, com a duplicação da captação, tratamento e distribuição da água. A obra entrará em operação no segundo semestre de 2014. "Até a finalização da obra deveremos ter pelos menos mais umas dez paradas prolongadas e programadas no fornecimento de água", relatou Carlos Roberto Pinto.
