Boa tarde, amigos, tudo certo?
Vocês estão acompanhando as discussões sobre redução da jornada de trabalho?
Parece que o assunto ainda precisa de profundidade. O debate está acalorado, mas há alguns aspectos que devem ser levados em conta.
Nenhum empresário é contra oferecer melhor qualidade de vida aos colaboradores. Algumas empresas, especialmente no exterior, têm testado outras rotinas de trabalho. A diferença é que elas estão preparadas para isso. Têm gestão, produtividade e perfil compatíveis com essa possibilidade.
Na realidade brasileira, muitas empresas esforçam-se para chegar ao fim do mês. Funcionários têm custos altos, que se somam à carga tributária. Propor uma redução da jornada de trabalho com o mesmo salário vai obrigar essas empresas a arcar com um ônus incompatível com o orçamento. Poucas têm perfil para sustentar a redução da forma que vem sendo encaminhada. Sem empresas, não há empregos.
Essa discussão não deveria prosseguir sem ouvir os empregadores. Caso a ideia seja aprovada, muitas empresas podem fechar. É provável, entre as sobreviventes, que os custos sejam repassados ao consumidor.
A Proposta de Emenda à Constituição que reduz a jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais conseguiu assinaturas suficientes para ser protocolada no Congresso e tramitar pela Câmara e pelo Senado. Da forma como foi encaminhada, coloca a economia do país em risco. E obriga o empresário a pagar a conta.
Angelo Pamplona, presidente da ACIL.
Frase da semana: “Empresas são a espinha dorsal da economia. Elas criam empregos, geram inovação e impulsionam o progresso” – Warren Buffett, empresário norte-americano.