Fonte: Folha de Londrina
O litro do álcool e da gasolina está, em média, R$ 0,10 mais caro em Londrina. Numa pesquisa informal feita pela FOLHA em postos da cidade, os valores nessa terça-feira (2) variavam entre R$ 1,83 a R$ 1,89 para o álcool e de R$ 2,73 a R$ 2,78 para a gasolina. A maioria dos estabelecimentos passou a praticar novos preços no final da semana passada. No caso do álcool, esta foi a segunda alta no prazo de um mês, representando no período um reajuste em torno de 14% para o consumidor. Já a majoração da gasolina foi de aproximadamente 10% – a última elevação havia ocorrido há cerca de 45 dias.
A justificativa do segmento é que os valores foram reajustados pelas distribuidoras e não há como segurar os preços para o consumidor. ‘‘Também estamos pasmos (com os aumentos). Desse jeito vai se concretizar a profecia da Alcopar (Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná) de que o álcool chegaria a 80% do valor da gasolina’’, diz Durval Garcia Júnior, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis) em Londrina e região.
Em reportagem publicada em julho na FOLHA, o presidente da Alcopar, Miguel Rubens Tranin, defendeu a proposta de elevar de 70% para 80% o índice que serve de parâmetro para o preço do etanol em comparação com o custo da gasolina. A reportagem não conseguiu ouvir a entidade ontem sobre o assunto.
Segundo Garcia Júnior, a elevação dos preços nos postos de Londrina foi de forma geral porque ‘‘as distribuidoras compram das usinas que praticam preços parecidos’’. Ele – que é proprietário de posto em Londrina – conta que paga atualmente pelo álcool R$ 1,63 e pela gasolina R$ 2,36 – preços de custo por litro. ‘‘Como eu compro à vista, consigo esses valores, mas tem dono de posto pagando R$ 2,40 pela gasolina a prazo’’, afirma. ‘‘O lucro líquido, no meu caso, não chega a 1,5%. O consumidor precisa entender que somos apenas repassadores. A sociedade precisa cobrar também das distribuidoras, das usinas’’.
Para o sindicalista, o governo federal terá de adotar alguma medida para conter os aumentos. ‘‘O ideal seria diminuir o percentual de etanol na gasolina (que hoje é de 25%). Daí começaria a sobrar álcool e o preço poderia baixar’’, considera Garcia Júnior. Uma representante de posto na cidade – que prefere não se identificar – afirma que a distribuidora com a qual trabalha vem aumentando o preço do álcool praticamente todas as semanas, nos últimos dois meses. ‘‘Eles repassavam em média dois centavos (por semana) e vínhamos tentando segurar na bomba. Mas nesta última semana não teve jeito, tivemos que subir correndo para não ficar no prejuízo’’, revela.
Maringá
Em Maringá, uma consulta feita pela FOLHA constatou que o litro do álcool está entre R$ 1,69 e R$ 1,89 e o da gasolina de R$ 2,59 a R$ 2,74. A maioria dos postos ouvidos pela reportagem informou que os valores dos dois combustíveis subiram e depois baixaram (em média R$ 0,10) em pouco mais de uma semana. Em alguns estabelecimentos, os representantes informaram que a diferença em tão pouco tempo fazia parte de uma ‘‘promoção’’. Em outros, a justificativa era de que os preços seguiam os praticados pelas distribuidoras no período. A reportagem não conseguiu localizar representantes do Sindicombustíveis daquela região. A suspeita, no entanto, é de que os altos e baixos seriam resultado de uma ‘‘guerra de mercado’’ em Maringá.