Fonte: Jornal de Londrina
O consumidor de Londrina deve pagar mais caro pelo pão francês a partir da próxima semana. A expectativa é que o preço, que pode chegar a R$ 6,90 o quilo, sofra o reflexo do aumento no valor do produto comercializado no mercado internacional. O grão foi reajustado em razão de uma onda de calor que atingiu a Rússia, um dos maiores exportadores de trigo do mundo, nas últimas semanas e danificou lavouras pelo país. O reajuste já foi sentido nos moinhos e distribuidoras.
“Já sentimos [o reflexo]. Os preços tiveram alteração na semana passada”, declarou o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Norte do Paraná (Sindpanp), José Roberto Gobs Esteves. De acordo com ele, o rejuste repassado às padarias chega a 28%, dependendo da qualidade do produto. Embora já tenham pagado mais caro pela farinha, os estabelecimentos ainda não repassaram o valor para os clientes.
“Ainda não houve repasse, mas devemos [repassar] daqui a alguns dias. Temos que repensar os preços de vendas”, afirmou Esteves. O novo valor já foi sentido pelo comerciante Itamar Carlos Ferreira. Ele é dono de uma padaria em Londrina, e já comprou o trigo com o novo preço. “Faz duas semanas que vem aumentando. Vamos aguardar a reação do mercado, para ver se o aumento vai permanecer. O reflexo vai bater nas padarias na semana que vem”, afirmou Ferreira.
Gerente de suprimentos do Moinho Globo, localizado em Sertanópolis, Norte do Paraná, localizada a 37 quilômetros de Londrina, Rui Marcos de Souza confirmou que até mesmo o produtor já alterou o preço, cujo valor foi repassado ao moinho, à distribuidora e ao comerciante. “Tudo o que é boato mexe com o mercado. E isso é mais forte que boato. A gente sente os efeitos porque estamos no mercado”, avaliou o gerente.
Segundo ele, há um mês o trigo era comprado do produtor por aproximadamente R$ 22 o quilo. “Hoje já está a R$ 24,50 ou até R$ 25, dependendo da qualidade. O principal motivo é a quebra na produção russa”, disse. Souza apontou que, qualquer movimentação no mercado internacional, já gera expectativa em produtores de trigo. “É grande a expectativa pela valorização do produto”, explicou.
Souza apontou que a elevação no preço é positiva para a cadeia produtiva do trigo. “O moinho não gosta de trigo barato, porque não ganha dinheiro. Se o trigo é caro, produtor, moinho, distribuidor e comerciante ganham”, afirmou.
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