Fonte: Folha de Londrina
Representantes da empresa Carbon Based Partners (CBP), dos Estados Unidos, anunciaram ontem que irão instalar em Londrina uma fábrica de equipamentos para tratar resíduos sólidos. A tecnologia permite a transformação de material orgânico em oxigênio, o derretimento de metal para reciclagem e a transformação de materiais de origem mineral num produto chamado slag, que pode ser utilizado como brita para asfalto.
Os norte-americanos não divulgaram o valor do investimentos, mas o consultor londrinense Ariovaldo Ferraz Arruda, que faz intermediação para a vinda do empreendimento para o Brasil, diz que a CBP deverá fabricar entre 500 e 600 equipamentos durante as duas primeiras fases do investimento, que devem durar até seis anos. ''Cada máquina custa cerca de US$ 4,2 milhões'', afirma Arruda. Pelas contas dele, a fábrica poderá faturar até U$ 2,5 bilhões neste período.
O CEO da empresa, Scott Rettberg, explicou à FOLHA que o processo de tratamento de resíduos funciona a uma temperatura de 11 mil graus centígrados e é o único capaz de acabar, por exemplo, com qualquer contaminação em lixo hospitalar. Segundo ele, existem 40 equipamentos instalados no mundo com esta tecnologia, mas o que será fabricado em Londrina será o único móvel, ou seja, instalado como um implemento rodoviário.
Ele conta que o protótipo do equipamento está sendo desenvolvido nos Estados Unidos e que dentro de seis meses pode chegar a Londrina, quando começaria a fabricação.
A cidade foi escolhida, de acordo com ele, por sua posição estratégica no Mercosul, pela existência de ''18 instituições de ensino superior'', por ser ''referência'' em meio ambiente e pelo ''entusiasmo'' do prefeito Barbosa Neto (PDT). Além disso, o fato de um dos empreendedores, George McClane, ter nascido em Londrina, ajudou nesta escolha.
Conforme afirma Rettberg, na primeira fase de instalação, que deve durar até três anos, os equipamentos serão fabricados por um parceiro local. Ele não revelou qual, mas disse que estaria visitando três durante a semana. Na fase seguinte, uma fábrica própria será instalada em Londrina e até o final deste período, mais três anos, ela terá gerado até 700 empregos.
O prefeito Barbosa Neto divulgou nota segundo a qual ele tem negociado com o grupo ''há algum tempo'' e irá buscar o apoio do governo do Estado para garantir o investimento.
O coordenador regional da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Clóvis Coelho, contou que vem participando das negociações com os americanos há quase dois anos. ''É um investimento muito importante e a empresa já tem mercado para esse equipamento'', disse.
Para o diretor executivo da Agência Terra Roxa, Alexandre Farina, o negócio é ''inovador'' com grandre potencial de repercussão no País. ''Estamos articulando o que é necessário em termos de incentivos fiscais para trazer a fábrica para Londrina'', ressaltou.