Em relação ao artigo “A inércia do setor de bares e restaurantes de Londrina”, assinado pelo comerciante Valmor Pedroso e publicado pela FOLHA no último dia 2, neste espaço, a Associação Comercial e Industrial de Londrina – ACIL – esclarece sobre o trabalho desenvolvido há mais de oito décadas para unir os empresários da cidade, inclusive de bares e restaurantes, em razão das demandas importantes dessa indústria de serviços que fundamenta o turismo e a nossa economia.
Causa estranhamento o autor reclamar da união dos empresários atacando justamente as duas entidades que mais têm se esforçado neste sentido: ACIL e ABRASEL, cujo princípio associativista está justamente sedimentado no coletivo. No caso da ACIL, um coletivo com 86 anos de atuação.
Unidas, ACIL e ABRASEL trabalharam contra uma brecha identificada em um projeto das Leis Complementares do Plano Diretor, que poderia resultar no fechamento de bares e restaurantes às 18 horas. Da mesma forma, a ACIL trabalhou em prol do empresariado durante toda a elaboração do Plano Diretor, e permanece atuando incisivamente na construção das Leis Complementares. É uma ação que extrapola segmentos e setores.
Uma das conquistas recentes é abertura do comércio de rua até às 22 horas, possibilidade que ainda não foi incorporada pelos comerciantes principalmente por questões trabalhistas – cuja negociação cabe aos sindicatos -, mas que continua de extrema importância para o setor de bares e restaurantes por estimular o fluxo de pessoas além das 18 horas. Importante frisar que a ACIL lutou pela liberdade, não pela obrigação, cabendo aos empresários a responsabilidade de abrir no horário mais conveniente.
Poderíamos listar outras ações que beneficiam os bares e restaurantes, como a Feira na Praça, cuja principal atração é a gastronomia. Ou o próprio LiDERE, que além de atualizar a formação empresarial em gestão, empreendedorismo, liderança e inovação, também contribui com o trânsito de pessoas de fora, que ocupa hotéis e, obviamente, bares e restaurantes. Uma estratégia recente envolve emenda parlamentar de bancada, na esfera federal, capaz de impactar profundamente todos os setores ligados ao turismo.
O próprio Ecossistema de Inovação de Londrina tem uma governança, a Estação 43, que nasceu dentro da ACIL. Também atuamos, junto a outras entidades, na contratação de um executivo para tirar o MasterPlan do papel, planejamento estratégico fundamental para Londrina – e também para os bares e restaurantes.
É a união que nos leva a sediar um Núcleo de Desenvolvimento Empresarial que está às vésperas de completar 15 anos; ou a Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura da Região de Londrina, uma vez que a infraestrutura é essencial para o setor em questão; ou mesmo a Comissão de Revitalização do Centro, cujo trabalho vai resultar em um impacto regional. Também foi a união que nos levou a conquistas históricas como a ponte de automóveis sobre o Rio Tibagi e a participação efetiva na construção da Santa Casa e na criação da Universidade Estadual de Londrina.
O trabalho da ACIL, portanto, está acima das questões setoriais. Mas, mesmo nelas, agimos com o Programa Empreender, cujos Núcleos vêm obtendo resultados significativos para segmentos e/ou regiões específicas. São empresários que deixam a concorrência de lado para solucionar problemas coletivos. Partiram da reclamação para a ação.
Como entidade representativa, a ACIL está aberta ao diálogo e a todos os interessados. Este breve retrospecto ilustra a relevância de nosso trabalho, todo ele fundamentado na união dos empresários. O desenvolvimento de Londrina passa por nossa instituição.
Angelo Pamplona, presidente da ACIL.
Publicado originalmente na Folha de Londrina do dia 7/11/2023.