Fonte: UOL
Profissionais de beleza que visitarem a Beauty Fair, feira internacional de cosméticos e beleza que acontece até hoje no Expo Center Norte, em São Paulo, poderão aprender conceitos básicos para organizar o espaço das lojas e salões, de forma que atraiam e mantenham os clientes por mais tempo no local.
Para ilustrar como efeitos de iluminação, disposição de prateleiras e produtos, cores e tecnologia podem ajudar a potencializar a exposição dos produtos, o Popai Brasil — Associação Global de Marketing no Varejo — criou uma perfumaria conceito, desenvolvida a partir da observação do comportamento do consumidor.
Ana Costa, diretora-executiva da entidade, diz que a ideia foi criar uma perfumaria moderna, com formato modular, que possibilite uma expansão rápida e fácil, se necessário.
Novidade à frente, testes de produtos no centro e caixas ao fundo
Ela diz que o ponto de venda deve ser dividido em três partes. “A entrada tem que ter uma novidade ou algo de encher os olhos para atrair o consumidor. No meio da loja, é onde ele reconhece produtos familiares e pode experimentá-los. No fim da loja, geralmente, ficam os caixas e é legal ter outros produtos de destaque, para manter a experiência do consumidor interessante”, diz.
O espaço conceito exposto na feira apresenta uma vitrine com esmaltes coloridos dispostos em tons degradê, para chamar a atenção e criar um efeito visual interessante. Do lado de dentro e no meio da loja, há um balcão no qual as clientes podem testar esmaltes e uma penteadeira para experimentar maquiagens.
“Trazer um móvel residencial, como a penteadeira, para a loja ajuda a resgatar lembranças de ambientes e situações que são familiares ao cliente e, assim, aumenta a proximidade dele com a loja”, afirma Costa.
Loja deve oferecer interatividade e bem-estar
A tecnologia pode ser usada para transmitir mensagens ou possibilitar a interação do consumidor com uma marca. No ambiente criado na Beauty Fair, uma vitrine com projeção de imagens cria ilusão de ótica e desperta a curiosidade em torno de determinado produto.
Além disso, telas dentro da loja reproduzem imagens que remetem à beleza e a mulheres de atitude e podem, ainda, trazer informações sobre os produtos. O projeto de iluminação foi elaborado com lâmpadas LED, que consomem menos energia, e estão dispostos de forma a valorizar os produtos e não agredir a visão dos clientes.
“A cor preta tem destaque nas paredes porque os produtos de beleza já são muito coloridos. Também usamos materiais diversos, como madeira, papelão, acrílico, que têm custos diferentes, para mostrar que é possível diversificar”, diz Costa.
As ilustrações dentro e fora da loja seguem uma tendência internacional, segundo a diretora-executiva do Popai, e são uma forma de customizar e decorar o ambiente. Já a disposição dos produtos leva em conta o gênero do consumidor.
“Os produtos masculinos estão em prateleiras mais altas porque os homens são mais objetivos, não têm tanta necessidade de pegar os produtos para observá-los, ao contrário das mulheres.”
Setor faturou R$ 87,61 bilhões em 2011
O Brasil é o 3º país no ranking global de consumo no setor de higiene pessoal e cosméticos (HPC), perdendo apenas para Japão e Estados Unidos. Em 2011, o setor faturou R$ 87,61 bilhões (US$ 43 bilhões), um crescimento de 18,9% no ano de 2011, segundo a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).
“Um setor tão significativo para a economia e em expansão precisa se reinventar a todo momento para fidelizar o consumidor. O ponto de venda deve acompanhar essa evolução e trazer ao comprador encantamento, entretenimento e sedução”, afirma Costa.