Fonte: Telma Elorza/Jornal de Londrina
Enquanto o mercado nacional de veículos novos teve um crescimento de 6,11% em 2012, a região de Londrina dobrou o índice com uma média de crescimento de 12,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e os novos lançamentos foram apontados como os dois fatores que contribuíram para o bom desempenho. Mesmo com o aumento gradual da alíquota do IPI, a expectativa para 2013 também é boa entre as cinco marcas líderes na região – de acordo com dados de emplacamento de veículos novos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Segundo o gerente comercial da Nissan Nicenter, Antônio Jardinette, a concessionária registrou um crescimento de 2,1% no ano que passou. E só não cresceu mais porque a montadora teve dificuldades para entregar todos os pedidos. “Faltou carro. Se tivéssemos mais para entregar, teríamos vendido mais”, garante. A dificuldade só deve ser contornada em 2014, com a entrada em operação da fábrica da Nissan em Rezende (RJ). “Será a primeira montadora japonesa com duas fábricas no Brasil”, diz Jardinette. Mesmo assim, ele é otimista com relação às vendas em 2013, com uma projeção de atingir os 5% de crescimento.
Na Ford Tropical também faltaram veículos para entrega, diz o gerente comercial Emerson Magro. Na primeira semana de 2013, que ele esperava “mais calma”, o movimento foi intenso na concessionária. “Não fizemos estoques para vender em janeiro com o IPI antigo porque o que chegava, saía. E agora estamos com movimento igual ao de dezembro”, afirma. Segundo ele, em 2012, a concessionária vendeu 10% a mais do que no ano anterior. Para este ano, a expectativa de crescimento é de 5%. “A volta do IPI não deve influenciar porque teremos seis lançamentos ao longo do ano e isso deve atrair bastante consumidores”, explica.
Recordes
Na Cipasa, revendedora da Volkswagen, o índice médio de crescimento foi de 12% sobre o ano anterior. Mas, segundo o gerente de vendas, Sidney Fonseca, a concessionária registrou picos em alguns meses que bateram todos os recordes de vendas. “O IPI impulsionou bastante e, pensando nisso, fizemos um estoque estratégico para vendas em janeiro, com preços antigos. Isso deve dar um fôlego maior. A partir de fevereiro, com as novas regras, deve cair um pouco. Mas acredito que ainda vamos atingir os 4% a 5% de crescimento em 2013”, diz.
A Marajó, concessionária da Fiat, também foi previdente e estocou 200 veículos – faturados em dezembro do ano passado – para serem vendidos com IPI antigo. “Fizemos o estoque para garantir as vendas de janeiro. Em 2012 foi muito bom, a redução do imposto ajudou demais. Até maio, quando entrou em vigor a medida, o mercado estava estagnado. Depois, explodiu”, afirma o gerente comercial José Fernandes Mendes. Segundo ele, a revendedora registrou crescimento de 18% em relação a 2011 e, para este ano, espera crescer perto dos 7%. “Até chegar ao IPI integral, em julho, a gente terá bastante espaço para crescer.”
A Metronorte, revendedora da Chevrolet, também registrou crescimento perto dos 18% e tem boas expectativas para 2013. Segundo o diretor comercial, Valdir de Rezende Filho, parte do crescimento se deve ao IPI e parte aos novos produtos colocados no mercado. “Para este ano, mesmo com o retorno do IPI integral, a expectativa é boa. Será um empecilho contornável”, garante.
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) estima que 3,743 milhões de automóveis e comerciais leves sejam vendidos no País neste ano, o que representaria uma alta de 3% sobre os números de 2012. A produção de veículos também deve crescer. A expectativa é que haja uma recuperação de 4,5% neste ano, após o fracasso de 2012, quando foi registrada queda de 1,9%, a primeira em uma década. No ano passado, a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro somou 3,34 milhões. Neste ano, o setor deve contar com a redução das importações e, principalmente, com atividades mais intensas de fábricas recém-inauguradas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê números próximos a 3,5 milhões de veículos em razão das novas fábricas e dos lançamentos de vários modelos de entrada, antes chamados de populares.