O economista Marcos Rambalducci vem fazendo um importante alerta aos diversos segmentos da economia londrinense. Em poucas palavras, o PIB de nossa cidade precisa urgentemente de reforço, caso contrário, nossa trajetória de desenvolvimento estará em risco.
Com o didatismo de quem também se dedica ao ensino, Rambalducci ressalta que estamos muito dependentes do comércio e dos serviços, setores fundamentais para a nossa economia e que devem continuar fortalecidos. Ao depender dessas duas atividades, no entanto, Londrina também fica refém de suas oscilações. Como resultado, a cidade vem crescendo menos do que devia.
Para encorpar o nosso PIB, seria necessário que a participação da indústria saltasse de 12% para 25%, investindo na atração de empresas de base tecnológica com cadeia produtiva longa para absorver a mão de obra qualificada na região. Da mesma forma, o turismo deve alcançar 8% de participação no PIB de Londrina, gerando outros benefícios e equilibrando a matriz econômica.
Não há como fazer essa transformação sem investimento. Rambalducci sugere a construção de duas estradas no eixo leste-oeste, atraindo o crescimento para outras regiões do município e fortalecendo as relações econômicas com outras cidades da região, que hoje encontram-se isoladas pela ausência de infraestrutura adequada.
As ações incluem a ressignificação do centro como ativo cultural, de lazer e turismo. Os fundos de vale, por exemplo, poderiam ser interligados, formando um grande parque linear voltado ao lazer, atividade física, eventos e, inclusive, evitar problemas climáticos, como as enchentes. Para completar, a cidade precisa aperfeiçoar a mobilidade, garantindo que a maioria dos usuários do transporte coletivo chegue ao seu destino em até 30 minutos.
É um desafio e tanto. O lado positivo é que estamos deixando de empurrar o problema para baixo do tapete para partir em busca de soluções. Precisamos arregaçar as mangas e trabalhar para tirar Londrina deste labirinto econômico que vem impedindo um crescimento planejado e sustentável. A hora é agora.
Vera Antunes, presidente da ACIL.