LiDERE + Negócios

Giba, no Lidere 2024: “O talento individual nunca vai prevalecer sobre o talento coletivo”

Medalhista olímpico traçou paralelos entre a coletividade do voleibol e o mundo corporativo.

Equipe ACIL

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A presença do medalhista olímpico Giba no Lidere + Negócios, realizado em outubro pela ACIL em parceria com o Sebrae, movimentou o evento. Muitas pessoas pediram autógrafos e fotos. A palestra, que encerrou o Lidere 2024, ficou lotada e o som foi aberto para que os visitantes do Salão de Negócios também pudessem acompanhar. 

Antes de palestrar, no entanto, Giba conversou com Julia Simões, jornalista da ACIL, para conceder a seguinte entrevista:

 

Nosso convidado é o palestrante que veio para encerrar o Lidere com medalha de ouro: Giba, ex-jogador de vôlei, medalhista olímpico e um dos melhores jogadores da história. É um prazer ter você aqui, Giba. Seja bem-vindo.

Giba – O prazer é todo meu. É sempre muito bom estar falando para todos esses empresários, mostrar a analogia entre o esporte e o mundo corporativo. Isso é uma coisa que eu gosto muito, me aperfeiçoei, fui estudar um pouco, fui entender. Então, eu agradeço todo o pessoal do Lidere pelo convite.

O tema da sua palestra é “Gestão ganha-jogo”. Eu queria que você comentasse como é essa gestão que ganha o jogo?

Giba – Nós trabalhamos por ciclos olímpicos. Então você não faz um campeão olímpico em um ciclo olímpico só. Você tem que fazer todo um trabalho, toda uma gestão para saber escolher esses profissionais, colocar todos eles juntos, saber quem são os líderes, quem são as pessoas que vão ser lideradas. É a analogia, o esporte e o mundo corporativo. O voleibol tem muito a ver com as empresas. 

Pensando nessa analogia, nesse ponto em que os dois mundos se conectam, adiante um pouco para a gente visualizar o que eles têm em comum.

Giba – Trabalho em equipe, né? Nós não estamos sozinhos, o talento individual nunca vai prevalecer sobre o talento coletivo. Então acho que esse é um ponto chave, onde eu gasto um pouco de tempo a mais. Até porque é realmente isso. No voleibol, você não pode tocar na bola duas vezes. 

E se você erra o saque, o seu time paga. Então o erro individual acaba afetando o coletivo. Eu não posso tocar na bola duas vezes. Eu preciso do Serginho para passar, o Ricardinho para levantar e eu poder atacar. Esse é o ponto que serve para qualquer uma das empresas que estão aqui. Vai ser o ponto chave da palestra.

Eu queria que você compartilhasse com a gente alguma experiência que marcou, que você lembra, que mudou a sua visão sobre gestão, sobre liderança.

Giba – Em 2004, quando a gente foi campeão olímpico, foi uma bela mudança de chave. Porque a gente tem que saber no que a gente é bom, né? E ali foi o momento em que comecei a me preparar para o encerramento da minha carreira, em 2012. Porque, naquele momento, eu passei a falar com o presidente da Confederação Brasileira, que hoje é o presidente da Federação Internacional.

Vou falar bastante dele, porque ele me inspirou a colocar esse título na palestra. E eu comecei a fazer toda a negociação de premiação, a divisão de salários para quem chega, quem não chega, como dividir. Ali eu comecei a entender um pouco. 

Então, como é a nossa correção? A minha correção não é eu ganhar uma medalha olímpica e querer x%. O x% é devido ao contrato que estava no Portal da Transparência. Eu fui estudar, fui ver, e foi uma coisa que eu gostei de fazer. 

Então, de 2005 a 2012 eu era responsável por toda essa gestão. Claro que eu tinha o Serginho, que me ajudava, o Gustavo e o Rodrigão, enfim, vários outros jogadores. Mas eu era o cabeça, vamos dizer assim. E sentava na frente do presidente para discutir. Eu precisei estudar bastante, foi a chave da minha vida para entender realmente que a gestão ganha jogo.

A gente sabe que estudar é uma ação fundamental para um bom gestor, para se reinventar e tudo mais. Eu queria que você comentasse por que é importante que os gestores, os líderes e os empresários estarem em eventos como o Lidere.

Giba – É um evento em que você tem que estar o tempo inteiro se reciclando. Olha o mundo como ele está, olha a tecnologia, olha o que aconteceu na pandemia, todo mundo fazendo reuniões de casa. Eu sempre falo o seguinte: chegar é fácil. Mas se manter, é muito difícil. A gente sabe muito bem o sacrifício que a gente fez, não ver filha nascer, ficar muito tempo fora de casa.

Ontem mesmo eu cheguei em casa, hoje eu vim pra cá, trouxe a baixinha comigo, mas eu falei: “Filha, amanhã o papai vai viajar de novo”. Então a gente sente essa falta. Mas valeu a pena e eu faria tudo o que eu fiz de novo. 

Venham para eventos como o Lidere, que já se tornou o maior evento do sul do Brasil, e venham aprender, venham entender um pouco do mercado. Você tem que estar sempre se reciclando. A tecnologia está aí, todo mundo tem condição e, se você é o primeiro líder, se você é o líder de mercado, todo mundo quer o seu lugar. Então faça de tudo para se manter como líder, isso é muito importante.

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