Fonte: Jornal de Londrina
Sindicatos dos patrões e dos empregados do comércio de Londrina assinam nesta segunda-feira (12) a convenção coletiva da categoria, mantendo as regras atuais de horário do comércio aos finais de semana, que permite o funcionamento das lojas até às 18 horas apenas nos dois primeiros sábados do mês.
Este foi o principal entrave na discussão da convenção que se estende desde maio. “Tem uns três empregadores de Londrina que querem liberdade total de funcionamento do comércio, mas não há proposta de pagamento adequado do trabalhador e nem de dois turnos de trabalho”, afirma o vice-presidente do sindicato dos empregados, Manoel Teodoro da Silva.
A manutenção das regras atuais do horário do comércio, segundo Silva, traduz o desejo da maioria. “Grande parte dos empresários também é a favor de manter o horário atual”, diz. Mesmo essa decisão sendo de competência do Município, por meio da Lei Orgânica, há alguns poucos empresários que pressionaram para que o acordo na convenção fosse pela flexibilização do horário, de acordo com Silva.
A Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) defende que a determinação sobre o assunto deva ser de competência dos sindicatos dos patrões e dos empregados e não do Município. “Isso já ocorre em várias cidades. Defendemos que o texto da Lei Orgânica sobre o assunto determine que o horário é livre desde que seja respeitada a CLT e a convenção coletiva”, afirma Nivaldo Benvenho.
Manoel Teodoro da Silva afirma que essa postura iria deixar os trabalhadores desprotegidos. “Não temos cultura suficiente para deixar isso a vontade. Não somos contra a liberdade total do horário do comércio à toa e sim porque os poucos empresários que a defende não fazem propostas de remuneração e de jornada de trabalho adequada”, diz.
A Acil defende a flexibilização do horário que seria ampliado para funcionamento do comércio até às 20 horas e todos os sábados até às 18 horas. “Não estamos dizendo que todos deveriam cumprir estes horários, mas que fosse negociado entre os sindicatos para os setores que tivessem interesse, levando em conta várias questões: mobilidade urbana, desenvolvimento econômico, geração de empregos”, explica Benvenho. A questão está em discussão em projeto de lei que tramita na Câmara.