Fonte: Folha de Londrina
A destinação do lixo em Londrina está em colapso. A administração municipal fechou, na última sexta-feira, os sete ecopontos da cidade, já que os locais projetados para receber entulho de construção e podas de árvore, estavam sendo usados para descarte de lixo comum. O Aterro do Limoeiro não pode mais receber materiais que eram descartados nos ecopontos.
Caso não fechasse esses espaços, a Prefeitura de Londrina não teria para onde encaminhar os resíduos e poderia ser responsabilizada criminalmente. Um termo de referência de 2011, firmado junto ao Ministério Público, determina multa diária de R$ 500 em caso de descumprimento.
Com isso, os moradores estão sem opção para fazer o descarte de entulho e de restos de podas e são obrigados a recorrer a empresas particulares. A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) orienta que a população evite produzir esse tipo de resíduo até que seja encontrada uma alternativa.
Ontem, a CMTU protocolou projeto, junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), de um modelo diferenciado de recepção e destinação de resíduos produzidos pelos pequenos geradores da cidade. Ainda não há área definida para instalação dessa unidade de recebimento. A CMTU não quis dar detalhes sobre o projeto.
Os ecopontos fechados ficavam nos jardins Nova Conquista e Abussafe (zona leste); Bandeirantes (zona oeste); Santa Rita, Primavera e Conjunto José Giordano (zona norte) e no Conjunto Cafezal (zona sul).
Os locais foram limpos e sinalizados sobre a proibição do descarte de materiais. Quem for flagrado depositando resíduos nestes locais ou em qualquer lugar irregular será multado. Quem não gostou da medida foram os carroceiros, que dependem desses espaços para dar uma destinação para o material que recolhem.
Natal Aparecido Borges, de 50 anos, acredita que o fechamento desses espaços inviabilizará o seu negócio. "Eles falam para a gente não jogar em qualquer lugar, mas agora como nós iremos fazer? Será que teremos que jogar esse material que recolhemos em qualquer lugar? Precisamos ter o nosso ganha pão", reclamou.
Outro carroceiro, Ary Roberto Vieira, de 49 anos, conta que precisa do dinheiro para pagar o tratamento do filho. "Faz 20 anos que eu trabalho com isso e como não tenho alguns dedos não posso trabalhar em outras atividades. Se eu não puder jogar o material aqui, não sei como fazer", lamentou.
Prefeitura quer implantar Lixo Zero
Pelo projeto, o novo modelo de ecoponto protocolado no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) atenderia aos requisitos exigidos pela legislação. Sobre os 249 pontos ilegais de descarte existentes na cidade, a prefeitura garantiu que vai fiscalizar e multar quem fizer o descarte inadequado de entulhos.
Sobre o Aterro do Limoeiro, que já não pode mais receber lixo doméstico, a assessoria da prefeitura afirmou que já há um protocolo no IAP para implantação de um plano de recuperação da área.
De acordo com a prefeitura, o material recolhido dos ecopontos e que eram lançado no aterro não representava risco ao meio ambiente.