Os indicadores do Serviço de Proteção ao Crédito da Associação Comercial e Industrial de Londrina (SPC/ACIL), referentes ao mês de maio, registraram menos inadimplentes. Mas, ao mesmo tempo, houve dificuldade na regularização das dívidas dos consumidores negativados.
Negativados
Na comparação com maio de 2024, houve uma queda de 30% no número de novos inadimplentes, consolidando uma tendência já observada em abril. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2025, a retração no número de novos inadimplentes é de 31,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. A queda pode ser explicada por uma contenção no consumo a crédito ou maior cautela financeira das famílias.
Nome limpo
Por outro lado, o índice de devedores que conseguiram limpar o nome, em maio, apresentou nova retração, o que reforça a dificuldade de recuperação financeira no cenário atual. Os dados indicam uma queda de 32% no número de consumidores que saíram da negativação, na comparação com maio do ano passado. No acumulado do ano, o recuo é de 20% entre os consumidores que estavam negativados e regularizaram as dívidas, em comparação ao mesmo período de 2024.
“A redução no número de regularizações indica um ambiente restritivo para a renegociação de dívidas e retomada do crédito, com reflexos diretos sobre a confiança do consumidor e o dinamismo da economia local”, comenta Marcos Rambalducci, consultor econômico da ACIL.
Análise
O economista alerta: “A leitura dos dados de maio sugere que a inadimplência não cresce, mas se cristaliza. A queda no número de negativados não significa melhora das condições financeiras gerais, mas um possível esgotamento da capacidade de consumo. Com menos crédito disponível e maior dificuldade de quitação, o comércio pode sofrer com a redução na circulação de dinheiro”.
Apesar do quadro desafiador, fatores como geração de empregos formais e crescimento da renda média seguem com potencial para reverter essa tendência para os próximos meses, considera Rambalducci.