Fonte: Folha de Londrina
O tradicional mercado de livros continua mostrando que ainda tem fôlego para brigar de igual para igual com a leitura via novas tecnologias, que ganharam muito espaço no País recentemente. A última pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em conjunto com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) aponta que em 2011 o faturamento atingiu R$ 4,83 bilhões, um crescimento de 7,36% comparado ao ano anterior. Só as editoras brasileiras abocanharam por volta de 10% deste mercado – R$ 469,5 milhões – estabelecendo um novo recorde de vendas para o setor.
As livrarias também mostraram que estão ascendendo entre todos os canais de comercialização, sendo responsáveis por 44,9% do volume total de produtos vendidos, ante 40,51% no levantamento de 2010. Este dado é importante porque especialistas do setor – juntamente às pesquisas da CBL – apontavam que este espaço de vendas estava perdendo força substancialmente nos últimos anos, tanto para livrarias virtuais e até para os e-books, voltados especialmente para os tablets e smartphones. A reportagem da FOLHA conversou com gerentes e proprietários de algumas livrarias da cidade e, no geral, eles se mostraram satisfeitos com as vendas, principalmente em alguns segmentos, como o de livros infantojuvenis.
A gerente da Bom Livro, Lady Sales, preferiu não divulgar números, mas comentou que 2011 foi um ano com boas vendas em sua loja, fechando em algo próximo a média divulgada pela CBL. Ela acredita que a venda pela internet acaba ''roubando'' alguns dos seus clientes, mas que a dúvida por qual livro comprar traz o consumidor para dentro da livraria. ''A pessoa compra pela internet quando sabe exatamente o que quer. Mas no caso do livro, o prazer está em pegar o produto, folheá-lo, descobrir se aquele livro é interessante de levar para casa.''
Para o segundo semestre de 2012, a gerente projeta fechar o ano com pelo menos 10% de crescimento. Ele comenta que a literatura, de modo geral, é que puxa suas vendas, e que muitos consumidores buscam livros que normalmente estão nas ''listas dos mais vendidos'' publicados em revistas, jornais e na internet. ''O ideal seria nós crescermos pelo menos 20%. Temos dois meses importantes para as vendas agora: agosto, com a volta às aulas, e também dezembro.''
O gerente das Livrarias Curitiba, Aparecido Petinati, também concorda que em 2011 o mercado estave bastante aquecido, sendo que até em meses considerados mais fracos pelo setor houve crescimento. No comparativo dos meses de junho deste ano e de 2011, por exemplo, Petinati calcula um aumento de pelo menos 50% nas vendas brutas. No que o gerente chama de período técnico, meses em que acontecem as vendas de livros específicos para diversas áreas de estudo, os voltados à área de Direito tiveram 40% de crescimento.
''Os livros infantis também continuam muito fortes e representativos no nosso faturamento. Não é a toa que a empresa investiu na abertura de uma editora própria só para este segmento'', relatou Petinati.