Mesmo com briga na Justiça, Baú inaugura lojas compradas da Dudony

Doze lojas, em oito cidades, serão abertas. Procuradoria do Estado alega que plano de recuperação não prevê pagamento de dívidas tributárias. (JL)

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Fonte: Jornal de Londrina

 

Em meio a uma disputa judicial, o Baú da Felicidade Crediário, braço varejista do Grupo Silvio Santos, que em junho deste ano comprou a rede de lojas Dudony, inaugura nesta quinta-feira (20) 12 lojas no Paraná, já com a nova marca. O problema é que a assembleia na qual a compra foi concretizada, por R$ 33,5 milhões, teve os efeitos suspensos nesta quarta (19) pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

 

A decisão foi tomada pelo desembargador Lauri Caetano da Silva, a pedido da Procuradoria Geral do Estado, que, por meio de um agravo de instrumento e com apoio do Ministério Público, alega que a Dudony tem uma dívida tributária de R$ 254,7 milhões, cujo pagamento não estava previsto no plano de recuperação judicial da empresa.

 

A informação é contestada pelo representante jurídico da Dudony, o advogado Cleverson Marcel Colombo. “Esse valor está incorreto. Temos uma dívida tributária de R$ 155 milhões, sendo que R$ 109 milhões já estão parcelados e o restante tem garantia de pagamento. Temos precatórios a receber”. Ele acrescenta que está tomando as medidas cabíveis para reverter a suspensão da assembleia.

 

Há ainda uma discussão sobre a apresentação de certidões negativas de débito, que a Procuradoria do Estado exige, mas que Colombo, baseado em jurisprudência sobre o assunto, alega ser desnecessário. Apesar do imbróglio, a reinauguração das lojas está confirmada para as 10h desta quinta, em Maringá (3 lojas), Londrina (2), Cascavel (2), Ponta Grossa, Campo Mourão, Apucarana, Arapongas e Irati (1 loja cada), com a presença de artistas do SBT. O apresentador Ratinho, que trabalha na emissora, protagoniza uma campanha publicitária que anuncia a reabertura das lojas.

 

O diretor de varejo e vendas do Baú da Felicidade Crediário, Décio Thomé, diz que não vê impedimento para a inauguração. “Está tudo dentro da lei. Não há cancelamento da compra, mas suspensão, e o nosso corpo jurídico vai recorrer dessa decisão. Não podemos cancelar o evento e dizer para os funcionários ficarem em casa, até porque já fizemos campanha na mídia”, acrescenta.

 

O procurador do Estado em Maringá, Marcos André da Cunha, não soube informar se há irregularidades. A reportagem tentou manter contato com o desembargador Lauri Caetano da Silva, que estava em sessão e não pode falar.

 

A assembleia

 

A assembleia que aprovou o plano de recuperação judicial da Dudony foi realizada em 16 de junho deste ano. A proposta do Baú da Felicidade Crediário previa a compra da empresa por R$ 33,5 milhões, sendo R$ 25 milhões para pagar dívidas com credores e R$ 8 milhões para saldar contas administrativas firmadas antes da venda.

 

A proposta recebeu voto favorável de 75,7% dos credores (240 pessoas físicas e jurídicas tinham direto a voto). Caso a proposta não fosse aceita, a empresa seria declarada falida e haveria demissões em massa.

 

No final de fevereiro, a rede já havia colocado à venda as lojas do grupo no estado de São Paulo, mas não encontrou interessados. A empresa tinha sede em Maringá e contava com 110 lojas (incluindo 17 lojas virtuais, que fazem vendas por catálogo) distribuídas pelo Paraná (99) e São Paulo (11). Ela empregava cerca de 1.500 funcionários.

 

Renan Colombo para JL.

 

http://portal.rpc.com.br

 

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