Belagrícola de casa nova

Empresa que se mudou para antigo Ecomercado Palhano passou por consultoria para rever processos e modernizar procedimentos

Apiki

Compartilhe com o universo

Compartilhar Belagrícola de casa nova no Linkedin Compartilhar Belagrícola de casa nova no Twitter Compartilhar Belagrícola de casa nova no Facebook

Fonte: Guto Rocha/Revista Mercado em Foco

Desde o final de maio, a Belagrícola está de casa nova. A empresa, que atua no setor do agronegócio, como fornecedora de insumos agrícolas, beneficiamento de sementes, armazenamento de grãos e frigorífico de aves, transferiu sua sede administrativa para o prédio que já foi ocupado pelo Ecomercado Palhano, às margens do lago Igapó 2. O objetivo é concentrar em um único espaço as áreas administrativas, que, até então, estavam divididas em três prédios localizados em diferentes pontos da Avenida Bandeirantes, em Londrina.

A mudança busca promover uma melhor integração entre os colaboradores da empresa e seus processos administrativos. “Adotamos o conceito de espaço único, onde todas as áreas vão trabalhar no mesmo plano, em um ambiente aberto e colaborativo, com diversas salas de reunião ao redor”, explica o diretor administrativo da Belagrícola, Alberto Araújo.

Fundada em 1985, em Bela Vista do Paraíso, a Belagrícola transferiu sua sede administrativa para Londrina em 2008, onde estava presente desde 1995, como filial. Araújo observa que no ano passado a empresa, que tem origem familiar, passou por uma reformulação em seu quadro com o objetivo de promover uma maior profissionalização.

Para isso, observa o diretor administrativo, a empresa buscou executivos para que assumissem postos de direção. Foi o caso dele, que está na empresa há um ano e três meses. Formado em Engenharia Naval e Direito, Araújo passou por empresas de engenharia e do setor financeiro.

Outro passo nesse sentido foi o trabalho realizado pela Consultoria Internacional Deloitte, concluído em meados do mês de abril. Segundo Ricardo Brunhara, da Deloitte, o trabalho dos consultores consistiu em revisar todo o processo de comercialização de grãos e insumos. Com isso, observa Brunhara, foi possível identificar gaps (falhas) no sistema e as possibilidades de melhorias.

O trabalho, segundo o consultor, foi realizado no período de 10 semanas, quando, por meio de entrevistas e análises diretas nas áreas relacionadas, foi feito o mapeamento dos fluxos em toda a cadeia da comercialização. “Analisamos desde a chegada do grão entregue pelo produtor no silo até a efetivação da venda e a parte financeira, para então escrever um plano de ação”, explica o consultor.

Brunhara afirma que a consultoria identificou a necessidade de se adotar um sistema que integrasse todos os processos, que funcionavam de maneira fragmentada. “Parte do sistema é comprada, outra é desenvolvida dentro de ‘casa’. Era um tipo de sistema que chamamos de Frankenstein”, ilustra o consultor. A ideia, segundo ele, é que a partir do projeto desenvolvido pela Deloitte, a empresa já considera implantar um ERP (enterprise resource planning) para integrar todos os processos, melhorar o dia a dia das pessoas e consolidar a troca de informações.

Ao todo, observa o consultor, foram identificados mais de 300 gaps operacionais, dos quais cerca de 50 estão ligados a questões de logística, além dos gaps de governança, de sistemas e de pessoas. “Neste caso das pessoas, não tivemos muitos problemas, a equipe está bem capacitada. O problema está mais na estrutura organizacional. Como questões de segregação de função, por exemplo, a pessoa que faz a compra não poderia ser a mesma que faz os pagamentos”, comenta.

No que diz respeito à governança corporativa, o consultor observa que a Belagrícola já estava com os possíveis gaps nesse quesito sendo resolvidos. “Como é uma empresa familiar, as coisas sempre foram feitas na base da confiança. Mas, por regras de governança é preciso aplicar melhores práticas”, comenta.

E isso começou a ser feito com a vinda de executivos do mercado, o que segundo o consultor é algo que o setor de agronegócio tem buscado cada vez mais para garantir maior profissionalização do negócio. “Conforme vai crescendo, a empresa percebe que o primo não é o mais indicado para a função que vinha exercendo, por exemplo. O executivo do mercado chega para fazer o saneamento necessário para apresentar resultado com maior produtividade e rentabilidade do negócio”, comenta.

O diretor administrativo da Belagrícola afirma que, com a conclusão dos trabalhos da consultoria, a empresa está revendo todos os processos das duas áreas que participaram do projeto. “Estamos fazendo alterações na integração entre os colaboradores das áreas de insumos e grãos. Em alguns casos estamos segregando e em outros unificando pessoal para melhorar as falhas identificadas pela consultoria”, observa.

Finalizada a fase de realocação de equipes e de melhorias tecnológicas com a automatização dos processos, Araújo afirma que a empresa passará para a segunda fase. “Vamos desenhar como o processo ficou com as mudanças adotadas e identificar as melhorias conquistadas em relação ao processo anterior. O objetivo é melhorar a qualidade da informação e de como ela flui dentro da empresa para garantir sempre o melhor atendimento ao produtor”, afirma.

Atualmente, segundo Araújo, a Belagrícola atende produtores de grãos do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Nesse Estado, a empresa conta com três unidades de comercialização de insumos. No Paraná e São Paulo, são 38 unidades de recebimento de grãos e 38 unidades de insumos, sendo que em alguns casos, as unidades são mistas, ou seja, vendem insumos e recebem grãos. Em Tamarana, a Belagrícola mantém uma unidade de beneficiamento de sementes. A empresa conta com 2.480 funcionários.

Leia também