O narrador Edinho Moreno começou o concerto didático da Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina (OSUEL), nesta sexta (5), às 10 horas da manhã, brincando com os estudantes levados pelas escolas municipais, estaduais e particulares. Aos poucos, os instrumentos foram sendo apresentados um a um, tocando temas familiares ao universo infanto-juvenil, evocando personagens como Harry Potter, o Hobbit e a Pantera Cor-de-Rosa. Surpreendentemente, muitas crianças identificaram as músicas e os instrumentos, mostrando que uma orquestra sinfônica faz, sim, parte do dia a dia das pessoas, mesmo que, às vezes, elas não percebam.
A apresentação foi realizada em parceria com o Instituto ACIL, dentro do projeto A música que move Londrina, no Cine Teatro Ouro Verde, por intermédio da Lei Rouanet de Incentivo a Projetos Culturais e Ministério da Cultura.
Narrativa
Após a primeira parte, introdutória, o locutor enveredou pela narrativa de O Quebra-Nozes, obra de E.T.A. Hoffmann adaptada por Alexandre Dumas para o balé composto por Tchaikovsky, apresentando os momentos mais familiares da composição, incluindo a famosa Valsa das Flores. Mesmo com a inquietação comum às crianças, a grande maioria deixou-se levar pelo encanto da música.
Estiveram presentes alunos do Instituto de Educação Infantil e Juvenil (IEIJ), St. James’ International School, Polo Multidisciplinar de Altas Habilidades, Colégio de Aplicação da UEL (Centro e Campus Universitário) e Instituto União pela Vitória. A entrada, gratuita, era destinada a alunos, pais e professores. A regência ficou a cargo do maestro convidado Pedro Ferreira.
Sem preconceito
Coordenadora da OSUEL, a musicista Paloma Scucuglia ressalta a importância da iniciativa para a renovação de plateia e para mostrar que a música orquestral é acessível a diferentes públicos: “Um dos objetivos é desmistificar a ideia de que orquestra é uma coisa chata, de que concerto é voltado apenas para adultos. Mostramos que é uma coisa boa. Com isso, podemos criar futuros músicos ou melhorar a percepção das crianças sobre a música de uma forma geral, e estimular para que elas não ouçam sempre as mesmas coisas”, destaca.
Para Scucuglia, a parceria com o Instituto ACIL só traz benefícios: “Todos saem ganhando, a OSUEL, a ACIL, mas, principalmente, a sociedade londrinense. Nós temos percebido um grande apreço pela orquestra e a ACIL é um canal através do qual a sociedade pode expressar seu apoio”, complementou.
Valorização
A tendência é que a parceria se consolide cada vez mais. “A cultura é um meio para tornar a sociedade melhor. Quando realizamos um concerto didático em parceria com a OSUEL, estamos colocando os estudantes diante de vários patrimônios, como o Cine Teatro Ouro Verde, o Calçadão, a própria orquestra e também a música universal. Tudo isso contribui para que a sociedade enxergue e reconheça o que nossa cidade tem de melhor, valorizando nossos espaços, nossas expressões e nossas conquistas. Ter uma orquestra é uma conquista da qual Londrina não pode abrir mão. E a ACIL está disposta a contribuir para que esse patrimônio seja valorizado”, ressalta Vera Antunes, presidente da ACIL.
Professora do 5º ano pelo Instituto de Educação Infantil e Juvenil, Josiane Arrique estava acompanhando – junto com outras professoras – cerca de 90 alunos que participaram do concerto didático. “Trazer as crianças para verem de perto como tudo funciona e conhecerem os instrumentos da orquestra é enriquecedor e completa tudo aquilo que eles vêm vivenciando na escola, mas que, de repente, nem sempre conseguimos oferecer”, relatou. “É muito importante, as crianças ficaram entusiasmadas e reconheceram vários temas de filmes. Percebi que elas estavam bem envolvidas com a história e com a música”, acrescentou.
Para 2026, o Instituto ACIL pretende ampliar as ações culturais e já planeja uma programação especial para o próximo LondriNatal.
Foto: Gabriel Salema/ACIL




