O consumidor londrinense apresenta um comportamento multicanal, pois compra muitas vezes em lojas físicas, mas também pela internet. Quando procura uma loja física, porém, busca uma experiência de compra que vai além do produto. Essas foram algumas das revelações da pesquisa Comportamento de Consumo no Varejo, encomendada pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), pelo Sebrae/PR e executada pela Litz Estratégia e Marketing para o evento Mercado em Foco 2025 – Especial Varejo, realizado em maio.
Apresentado integralmente no Auditório da ACIL na última sexta-feira (13), o levantamento aborda, entre outros temas, o impacto do consumo digital, a importância da experiência presencial, os padrões de consumo nas diferentes regiões de Londrina e as tendências para o varejo.
Presencial
Um dado revelador é que 93,5% dos entrevistados consomem habitualmente de forma presencial, optando pela possibilidade de provar, tocar e visualizar os produtos. Neste caso, a qualidade de atendimento torna-se fundamental para fidelizar o consumidor.
O digital, no entanto, tem presença marcante: 32,5% dos consumidores compram habitualmente pela internet. Entre os segmentos com força no digital estão fast food, vestuário, eletrodoméstico e calçados. Nos supermercados, o hábito de compra on-line ainda não é tão consolidado.
Comunicação
Os canais de comunicação favoritos são Instagram (67,8%), WhatsApp (38,8%), televisão (33%), YouTube (25,5%) e Tik Tok (25%). A preferência varia significativamente por gênero, geração e renda familiar.
“Essa pesquisa é fundamental para entender o comportamento do consumidor e desenvolver estratégias para alavancar o próprio negócio. Com esse material, os lojistas podem tomar decisões estratégicas e assertivas. Tudo isso também apresenta desafios e oportunidades. A grande maioria dos consumidores, por exemplo, ainda preza pela experiência presencial. Mas cada segmento tem suas características e muitos estão mais fortalecidos no digital. É preciso compreender onde sua empresa está situada para decidir como trabalhar a multicanalidade”, comenta Vera Antunes, presidente da ACIL.
Perfil
Para Alesandra de Almeida, consultora e gestora de projetos do Sebrae/PR, o estudo demonstra a importância dos canais de venda. “A pesquisa evidencia uma situação que está presente no nosso varejo de uma forma geral e há bastante tempo, que é a questão do consumidor hoje ser multicanal. É necessário que o varejista se atente e adapte seu posicionamento de acordo com o perfil do seu cliente. De nada adianta investir ou estar presente, por exemplo, no Instagram ou no WhatsApp, se eu não conheço o perfil do meu consumidor e se o meu consumidor não está passando por estes canais. A pesquisa traz estes dados que vão fazer total diferença para a definição de novas estratégias para o varejo como um todo.”
Fundador e diretor da Litz Estratégia e Marketing, Renato da Rocha Neto destaca as principais conclusões do levantamento: “Essa conexão entre a Litz, o Sebrae/PR e a ACIL demonstra a preocupação dessas entidades em trazer uma ferramenta ou informações que possibilitem ao empresariado da cidade pensar sua competitividade e a maneira como vai entregar os seus produtos e serviços, e ainda como vai se relacionar com o consumidor. A pesquisa permite redirecionar estratégias, refletir sobre mecanismos de conexão e sobre o futuro do negócio.”
Segmentação
Renato da Rocha Neto destaca algumas questões fundamentais, como o comportamento multicanal do consumidor, que vive contextos de compra distintos. Ou seja, o consumidor não é só digital, mas também não é só presencial. “Cabe olhar para cada segmento e refletir como cada um intensifica ou não essa jornada do consumidor. Há segmentos em que o contexto digital é muito forte, e outros em que a modalidade não teve penetração”, acrescenta. A segmentação também é importante para entender como as faixas de renda, os grupos etários e os gêneros consomem.
Tendências
As grandes tendências de consumo também são detalhadas, permitindo compreender quais estão chegando ao consumidor e o quanto uma tendência está presente no dia a dia do varejo. As pessoas estão buscando experiências nos locais onde consomem, exigindo melhor atendimento, estacionamento e uma boa comunicação do produto.
Outra tendência que se destaca é a conveniência e a agilidade, não só no universo digital, mas também na loja física. “O consumidor não quer entrar em um ambiente com grandes filas e um cadastro demorado, com equipe mal-humorada. Um contexto que cresce cada vez mais é a busca por saúde e bem-estar”, assegura Rocha Neto.
A pesquisa completa pode ser acessada pelo link https://bit.ly/3STdSgp.
Dados reveladores
Com 93,5% de habitualidade, o varejo presencial permanece dominante, mas apresenta novas exigências.
72,5% dos consumidores recomendaram um local pela experiência presencial. Isso reforça o papel do atendimento, ambientação e serviços agregados na construção de valor.
Com 67,8% dos consumidores, a região central é o principal polo de consumo da cidade.