Fonte: Jornal de Londrina
Embora o Produto Interno Bruto de Londrina tenha crescido 25% entre 2007 e 2010, passando de R$ 7,9 bilhões para R$ 9,9 bilhões, no ranking dos 100 maiores municípios brasileiros o PIB caiu nove posições. Passou da 44ª colocação para a 53ª no período. Isso se explica pela forte participação de comércio e serviços no indicador e pelo baixo avanço industrial, afirmam especialistas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação do comércio e serviços no PIB londrinense é de 55,41%; seguido da indústria (16,8%) e da agropecuária (1,3%). Londrina é também responsável por 4,57% do PIB do Paraná e por 0,26% do PIB brasileiro.
Ao avaliar a queda no ranking, o economista Marcos Rambalducci ressalta que é preciso, antes de tudo, pensar o que se quer para a cidade. Ele explica que a participação de serviços na composição do PIB de Londrina corresponde, em média, a 70%. Para estar bem posicionado no ranking, diz ele, o município deve fomentar a industrialização, mas o destaque no setor de serviços garante a qualidade de vida da população. “Se queremos estar bem em um ranking, se o objetivo é a competição entre cidades pelo PIB, então é preciso centrar na industrialização da cidade”, afirma. “Se pensamos nas pessoas e em boas condições de existência, temos que ser moderados na atração de indústrias.”
Para galgar posições no ranking nacional de desenvolvimento, alcançando as primeiras colocações, o município deve atrair indústrias. Mas Rambalducci alerta para os riscos de perda de qualidade de vida decorrente do avanço industrial, em razão do aumento de agentes poluidores e do maior consumo de matérias-primas, por exemplo.
O economista Laércio Rodrigues acrescenta o problema de mobilidade urbana. “Enfrentamos sérios problemas com trânsito na cidade e este é um dos fatores que está provocando a desindustrialização de algumas capitais”, diz. “Londrina perdeu espaço nacional, mas não deixou de crescer.”
No PIB per capita, Londrina se manteve praticamente dentro da média nacional, em 2010. Enquanto o brasileiro foi de R$ 19.766,33, o de Londrina foi de R$ 19.612,48. Rambalducci defende que o mais importante, no entanto, é analisar a distribuição dessa renda. Na avaliação de Rodrigues, a distribuição é maior no meio urbano enquanto na zona rural há maior concentração. “Isso ocorre porque nas cidades a construção civil, comércio, indústria de confecção têm maior exigência de mão de obra. Já na zona rural, com a mecanização, há poucos produzindo muito.”