15 pontos travam o trânsito em Londrina

Com cada dia mais carros nas ruas, rotatórias e cruzamentos já não proporcionam fluidez ao tráfego

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Fonte: JL

Com dezenas de cruzamentos, rotatórias e ruas onde o trânsito não flui – até fora do horário de pico – Londrina se estrangula um pouco mais a cada dia. A solução não é simples, muito menos fácil – e sequer vem em curto prazo ante dificuldades permanentes da máquina pública municipal.
Quando Londrina mais precisa de um trânsito fluido e seguro, é justamente o momento em que a mistura de problemas torna-se mais evidente. Pior para todo mundo: motoristas, ciclistas e pedestres sofrem com o trânsito confuso e crítico, cujas soluções, de tão lentas, quando implantadas, já estão obsoletas para o tamanho real do problema.

A partir de informações da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e dos próprios agentes de trânsito, o JL listou pelo menos 15 locais onde a cidade para todo dia, com hora marcada, sobretudo nos momentos críticos. Sem muitas alternativas diante de congestionamentos, motoristas “cavam” as próprias estratégias. “Não dá para sair de carro nas horas mais difíceis. Deixo passar o movimento e vou depois”, afirma o aposentado Odarclê Mansur, 68, morador do centro.

Segundo ele, além de a cidade não dispor de mais espaços para os carros o controle dos gargalos poderia ser melhor com orientação manual dos agentes da CMTU – que de tão escassos tornam-se invisíveis para o trânsito. “Nunca vi agente orientando tráfego no horário de pico. Tem isso aqui em Londrina?”, ironiza. “Quem quer atravessar um simples cruzamento pela Rua Pernambuco, por exemplo, enfrenta um inferno.”

Também decepcionado com o trânsito da cidade, o funcionário público Nilson José Nunes, 40, retornou do Piauí para Londrina dois meses atrás. “Quando saí daqui em 2010, não era desse jeito. Não consigo escapar do estresse nem usando as vias alternativas, porque tudo fica lotado. Londrina é o caos”, diz.

“Não adianta culpar rotatórias ou semáforos porque para a Engenharia há limites. O problema é o modelo voltado somente para o carro e o transporte individual”, diz Cristiane Biazzono, gerente de trânsito do Instituto de Pesquisa e Planejamento (Ippul). A receita para tudo fluir bem está além da abertura de ruas ou amento de caixas de rolamento para veículos: “A experiência internacional é a de que ampliar espaço para veículos só provoca a atração de mais veículos para o sistema. A cidade que queremos é para o carro ou para as pessoas? A experiência europeia prioriza o transporte coletivo, ciclovias, calçadas. Não há como transpor o problema sem transporte público com conforto, canaletas de ônibus e soluções integradas em vários campos capazes de diminuir o número de carros na mesma hora nas ruas”, diz a engenheira.

Com mais de uma década de atraso no planejamento, a Prefeitura deve completar um passo importante para melhorar o trânsito somente em 2018, quando R$ 174 milhões do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC2) serão investidos para abrir dois eixos de tráfego urbano com os primeiros BRTs – o Transporte Rápido por Ônibus.

“Já fui até aplaudido”, conta agente de trânsito

Com 4 mil vias, 1 mil no centro, a “liberação” do trânsito com operação manual por agentes da CMTU praticamente inexiste. Nas horas mais complicadas, no pico do movimento, os agentes de transito estão em troca de turno e as ruas de Londrina ficam desguarnecidas, com apenas seis servidores em campo. A companhia estima que seriam necessários, no mínimo, 160 no total (hoje há 49) para que permanecessem, simultaneamente, 60 funcionários nas ruas.

“Quando estamos liberando o trânsito com orientação manual somos elogiados. Já fui até aplaudido”, conta um agente, exemplificando que o trabalho funciona bem – nas raras vezes em que é feito – como em áreas carregadas como próximo ao Ginásio do Moringão. Sem ordem expressa para liberar gargalos, o agente lamenta a baixa eficiência do serviço: “Não há orientação para nos dedicar às operações visando fluidez. Na maior parte do tempo, não damos conta nem do centro. Não estamos quando mais precisam da gente”. Para o diretor de Trânsito da CMTU, a situação deve permanecer assim: “Não é uma prática comum por falta de efetivo”, sustenta Diógenes Gonçalves. “A população não percebe o trabalho dos agentes porque eles quase não existem.”

Veja os principais gargalos da cidade nos horários críticos

Avenida Maringá X Avenida Castelo Branco

Rotatória do Ginásio Moringão

Av. Duque de Caxias X Avenida Inglaterra

Avenida Ayrton Senna X Rua Bento Munhoz da Rocha

Avenida Higienópolis X Rua Aminthas de Barros

Rua Guaporé X Avenida Leste-Oeste

Avenida Duque de Caxias X Leste-Oeste

Avenida 10 de Dezembro X Avenida Leste-Oeste

Av. Rio Branco X Leste-Oeste

Rua Fernando de Noronha

Avenida Juscelino Kubistchek

Rua Sergipe X Avenida São Paulo Universidades na zona sul: Unopar, Pitágoras, UEL.

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