Qualidade das rodovias é insatisfatória no Paraná

Pesquisa da CNT aponta que 52% dos trechos verificados no Estado são regulares, ruins ou péssimos

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Fonte: Folha de Londrina

A qualidade das rodovias paranaenses piorou de um ano para outro, de acordo com a avaliação da 16 Pesquisa CNT de RodoviasEdição 2012. Conforme o estudo, a quantidade de quilômetros avaliados como satisfatórios (ótimos e bons), caiu de 61,9% em 2011 para 47,9% este ano. os trechos considerados deficientes (regulares, ruins e péssimos) subiram de 38,1% para 52,1% no mesmo período.

Durante a pesquisa feita por equipes da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foram percorridos 5.643 quilômetros de rodovias federais (3.825 km – 67,7%) e estaduais (1.818 km – 32,3%), públicas e concessionadas que cruzam o Estado. Deste total, apenas 18% (1.018 km) foram avaliados como ótimos, 29,8% (1.684 km) bons, 29,3% (1.651 km) regulares, 16,5% (929 km) ruins e 6,4% (361 km) péssimos.

Na pesquisa de 2011, estes números eram de 21,4% (1.142 km) considerados ótimos, 40,5% (2.156 km) bons, 23,4% (1.245 km) regulares, 11,5% (614 km) ruins e 3,2% (169 km) péssimos.

Na avaliação geral das estradas paranaenses, sem diferenciar trechos públicos ou concessionados, 31 rodovias estaduais foram verificadas. Do total, nove são consideradas regulares, oito boas, duas ótimas, 11 ruins e uma péssima. No caso das federais, foram 16 avaliações, sendo que sete foram consideradas boas, oito regulares e uma ruim.

''O papel da pesquisa é servir de ponto de partida para a elaboração de políticas públicas de manutenção de rodovias pelos governos federal, estaduais e municipais. É uma realidade preocupante porque verificamos que não houve evolução, pelo contrário, a situação piorou em todo o Brasil'', disse o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

O levantamento também aponta a discrepância entre a qualidade verificada nos trechos sob gestão pública e os concessionados no Estado. Dos 2.969 quilômetros públicos percorridos, 79,6% estão em situação regular, ruim ou péssima; e apenas 20,4% boas ou ótimas. Já em relação às rodovias sob administração das concessionárias de pedágio (2.674 km), 78,3% estão em boas condições e, 21,7% foram consideradas ruins e péssimas. No estudo do ano passado, 60,1% dos trechos públicos da malha rodoviária não estavam satisfatórios e 39,9% em boa ou ótima situação. As rodovias concessionadas em ótimo ou bom estado representaram 84,3%, e 15,7% regulares, ruins e péssimos.

Nacional

De acordo com o levantamento, dos 95.707 quilômetros avaliados em todo o Brasil, 33,4% foram considerados em situação regular, 20,3%, ruim e 9%, péssima. Outros 27,4% estão em bom estado e apenas 9,9% em ótimo. Se comparados com os dados da pesquisa de 2011, houve piora na qualidade das estradas nacionais. No ano passado, 57,4% foram classificadas como regulares, ruins ou péssimas, contra 62,7% este ano.

''Houve uma piora considerável na sinalização das rodovias, mas de uma forma geral a dificuldade para se concretizar um investimento é o que atrapalha, os projetos não saem do papel'', destacou Batista.

O estudo avaliou 65.273 km de rodovias federais e 30.434 km de rodovias estaduais sendo que, dessas, 80.315 km estão sob gestão pública e 15.392 km sob gestão de concessionárias. Enquanto apenas 27,8% das rodovias sob gestão pública estão em bom ou ótimo estado, o percentual positivo das rodovias concedidas é de 86,7%.

A unidade com o maior percentual de rodovias em ótima situação é São Paulo, com 49,9% do total, seguida por Rio de Janeiro (20,6%) e Paraná (18%).

Os estados com maior percentual de estradas em péssimas condições são o Acre (38% do total), Roraima (25,3%) e Amazonas (22,5%).

''Estava previsto para este ano, conforme o Orçamento da União, R$ 13,8 bilhões em investimentos para obras de infraestrutura rodoviária. Já estamos em outubro e apenas R$ 6,4 bilhões foram utilizados. Isso mostra a demora no planejamento e execução de projetos. Os governos (federal, estadual e municipal) têm dificuldade em por em prática estas melhorias. E a demanda pelo crescimento não pode esperar'', finalizou o diretor da CNT.
 

Estrada sob concessão e sem acostamento

Ibiporã – Morar na localidade de Taquara do Reino, no município de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), praticamente garante uma relação de intimidade com a PR-090.

A 17 quilômetros da sede e a 13 da cidade de Sertanópolis, o bairro rural fica às margens da rodovia e a maioria dos moradores usam o trecho diariamente. Embora demonstrem até afeto pelo único caminho pavimentado de que dispõem, os taquarenses têm na ponta da língua todos os perigos da via. Falta de acostamento, ausência da terceira pista nos aclives, número excessivo de curvas perigosas e tráfego crescente, reclamam eles.

O trecho sob concessão da rodovia, cuja manutenção está entregue à Econorte, foi considerado apenas regular (estado geral) pela pesquisa da CNT. Na avaliação, o pavimento foi considerado regular, a sinalização boa e a geometria ruim.

Em Taquara, porém, as opiniões são mais generosas. ''A estrada é muito boa, asfalto bom, bem sinalizada. Mas se um carro quebrar, tem que ficar na pista porque não tem acostamento'', avalia o produtor rural Claudio Amorim, de 55 anos.

O auxiliar de expedição Diego Pereira da Silva, 24, também está satisfeito com a qualidade do asfalto, mas também acha grave a inexistência de acostamento no trecho. ''O tráfego está aumentando muito porque muitas empresas se instalaram nas duas cidades (Ibiporã e Sertanópolis). Creio que já há necessidade de duplicar alguns trechos ou colocar uma terceira faixa nas subidas. Tem muito caminhão rodando por aqui.''

Maria Isonete de Souza, 52, que trabalha na margem da pista vendendo água de coco, diz que a estrada é perigosa porque ''tem muita curva''.

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