Fonte: Jornal de Londrina
O polo de Tecnologia da Informação (TI) de Londrina vem atraindo a atenção de cada vez mais multinacionais da área. Este ano, empresas como a japonesa NTT Data (o sexto maior do mundo na área de serviços de TI) e a israelense eWave estão iniciando suas operações na cidade, motivados principalmente pela qualidade da mão de obra oferecida.
Segundo o coordenador de TI do Senai, Rosmar Aparecido da Luz, Londrina tem capacidade de atender a demanda de grandes empreendimentos que queiram se instalar na região. “Somos formadores de mão de obra qualificada. As empresas estão percebendo isso antes de nós mesmos”, explica Luz. em Londrina, várias instituições de ensino oferecem cursos para a área de TI como a Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), Unopar, Unifil, Pitágoras, além do Senai, que passou por uma adequação da grade curricular no ano passado, oferecendo atualmente 1,2 mil horas de desenvolvimento de software.
Ainda de acordo com Luz, um dos motivos da NTT Data ter escolhido Londrina para sua nova filial foi o fato de ter muitos londrinenses trabalhando em sua unidade em Curitiba. “Eu conversei com eles recentemente e me disseram que era grande o número de pessoas formadas nas universidades daqui trabalhando lá. Hoje, as grandes instituições de Londrina oferecem cursos superior de desenvolvimento de software, sem contar os outros cursos de engenheira”, aponta.
Para ele, a vinda de novas empresas pode barrar a evasão de profissionais. “O próprio Senai está com sete novas turmas para o curso técnico em Informática. Temos capacidade de colocar no mercado cerca de 200 técnicos por semestre”, explica.
Recrutamento
Em Londrina, a NTT está contratando profissionais para vagas relacionadas às áreas de Recursos Humanos (que vão atuar no recrutamento e seleção, realização de licença e exames médicos, entre outros) e Operação (digitadores e analistas de planejamento e qualidade ). Foram oferecidas cerca de 130 vagas. No caso de analista, os candidatos deverão ter curso superior e ensino médio completo para digitador.
“Mesmo que a maioria das vagas não seja para formados, essa pode ser a porta de entrada para um grande número de estudantes. Essa é outra vantagem dessas empresas, que conseguem aproveitar alunos que estão iniciando na carreira”, afirma Luz.
A unidade londrinense da NTT vai atuar de forma integrada com a fábrica de software da empresa, montada na capital paranaense. O principal foco das novas operações será atender principalmente os clientes dos contratos da área financeira da NTT DATA relacionados a BPO (terceirização de processos de negócios). No entanto, futuramente, a empresa visa utilizar as unidades paranaenses também para atendimento de outros segmentos do mercado.
“Esses novos espaços comprovam o investimento que a NTT Data vem fazendo no Brasil sempre em busca dos melhores serviços e oportunidades para os clientes, além de tentarmos nos aproximar das regiões onde as principais empresas estão instaladas”, disse, em nota, o CEO da empresa no Brasil, Angelo Mazzocchi.
Atualmente, o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia de Informação (APL-TI) de Londrina conta com pelo menos 13,7 mil trabalhadores e 1.170 empresas ativas em oito cidades da região – incluindo a
Dedic e a francesa Atos, que empregam 2,9 mil pessoas.
O novo presidente do APL-TI de Londrina, Gabriel Henríquez, diz que, num primeiro momento, a vinda das multinacionais causa uma certa apreensão entre as empresas de TI já instaladas na cidade. “De certa forma, estarão disputando os mesmo profissionais”, diz. Mas, a longo prazo, será benéfico para a região. “O fato de termos tantas empresas interessadas em Londrina vem consolidar a reputação da cidade como polo gerador de TI, o que é muito interessante”, diz.