Estudo realizado pelo Sebrae/PR, em parceria com a Governança de Turismo, foi apresentado a empresários e lideranças na manhã desta terça-feira (27)
Fonte: Sebrae/PR
Com taxa de ocupação acima de 70% na rede hoteleira, Londrina recebe visitantes do Brasil e do exterior o ano todo, não apenas para a participação em grandes eventos. É o que mostra a Sondagem de Mercado do Turismo, recente levantamento sobre o setor, realizado pelo Sebrae/PR em parceria com a Governança de Turismo, e divulgado a empresários e lideranças da cidade, na manhã desta terça-feira (27), no Hub de Inovação do Turismo, no Boulevard Shopping.
Para chegar ao perfil do turista que visita Londrina, o estudo levantou informações com 309 visitantes, excluindo cidades da região metropolitana, como Cambé, Rolândia e Ibiporã. Quase 50% deles têm entre 20 e 39 anos, ou seja, a cidade recebe um público predominantemente jovem e escolarizado, sendo 36,5% com Ensino Superior e 14,8% com Pós-graduação. Do total, 49% vêm de municípios paranaenses. No período de janeiro a setembro de 2023, passaram pela cidade 88 visitantes internacionais de 24 países diferentes.
O estudo pode ser acessado no site Londrina Turismo.
A maioria dos turistas (20,44%) esteve na cidade para visitar amigos e familiares, passar férias (18,24%), a trabalho e negócios (12,67%) e participar de eventos (11,66%). Também se destacam a busca por cursos e qualificação profissional, tratamentos de saúde, passeios culturais e históricos, gastronomia local e passeios na natureza.
Dentre as pessoas que vieram motivadas por visitar familiares e amigos, apenas 14% relataram que este foi o único motivador da visita. As outras 86% relacionaram a viagem com o lazer e o descanso, para conhecer a gastronomia local, participação em eventos e negócios ou por motivos de saúde.
Entre os principais pontos turísticos citados na Sondagem aparecem, em primeiro lugar, o Lago Igapó, seguido do Calçadão de Londrina, Catuaí Shopping, Boulevard Shopping, Catedral, Museu Histórico, Jardim Botânico, Estádio do Café, Museu do Café, Autódromo Internacional, Rota do Café e Ambientes de Inovação. Cerca de 20% dos visitantes ouvidos informou ter gastado, em média, R$ 450,00 por dia, e 99,6% dos respondentes indicariam a cidade.
A principal dificuldade apontada pelos visitantes foi a escassez de informações turísticas disponíveis sobre Londrina. A mobilidade urbana – tanto no trânsito quanto na disponibilidade de transporte coletivo – e a percepção de insegurança em determinados eventos e no centro da cidade estão entre os desafios, especialmente no que diz respeito à manutenção e à conservação de pontos turísticos centrais, como praças, bosques e o próprio calçadão. Já as lideranças ouvidas no levantamento apontaram como barreiras a ausência de um grande centro de eventos e a limitação da malha aérea de Londrina.
O gerente da Regional Norte do Sebrae/PR, Fabrício Bianchi, destaca que a pesquisa revela o impacto positivo do setor de turismo na cidade, movimentando a economia e gerando oportunidades de negócios. Segundo ele, a instituição oferece apoio a quem empreende na área e que deseja melhorar a competitividade, para fazer com que o visitante tenha interesse em retornar, circular pelo município durante um período maior e consumir mais produtos e serviços locais.
“Um dos desafios de qualquer empresa, hoje, é melhorar a experiência do cliente. Promover o encantamento, para que a experiência do visitante de Londrina seja algo memorável, único, para que o turista tenha vontade de voltar mais vezes”, afirma Bianchi.
O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani, afirma que os números mostram que existe turismo na cidade e que é muito relevante para a geração de emprego, renda e negócios. Ele ressalta que a cidade, em parceria com o Sebrae/PR, está concluindo o planejamento do turismo para os próximos anos para fortalecer o setor.
“Nós terminamos o showcase, que reúne uma série de informações importantes sobre Londrina, e vamos começar a espalhar isso pela cidade, nos hotéis e principais pontos turísticos. Queremos fazer com que o turista saiba aonde ir”, conta.
MEI e microempresas
De acordo com o levantamento, Londrina concentra 48.244 empresas no setor de turismo, sendo que 88% delas são formadas por microempreendedores individuais (MEI) e microempresas (ME). São meios de hospedagem, serviços de alimentação, locadora de veículos, agências de viagens, organizadores de eventos, transportadoras turísticas, centros de convenções e prestadores de serviços de infraestrutura de apoio para eventos.
Para a coordenadora da Governança de Turismo de Londrina, Maria Ângela Ferraz, os dados chamam a atenção e mostram o quanto o setor impacta várias atividades, direta ou indiretamente, pela movimentação de visitantes. Com os números em mãos, ela diz que a Governança consegue planejar melhor as ações.
“Precisamos melhorar a divulgação de informações aos turistas, ter isso digitalmente, para que o visitante acesse e entenda aonde ir, qual passeio fazer, como se hospedar mais um dia, quais os horários de funcionamento de cada lugar. São muitas informações que a gente precisa congregar digitalmente para que ele tenha acesso, inclusive antes de chegar na cidade”, aponta.
A gerente geral do Comfort Suites Londrina, Karla Regina Alves de Souza Lima, diz que, há tempos, a cidade não tinha números atualizados para que o setor realize um planejamento de acordo com o perfil dos visitantes de Londrina. Segundo ela, esse perfil mudou bastante pós-pandemia, o turismo de lazer está em alta na cidade, especialmente aos finais de semana.
“Seria interessante uma divulgação maior das atrações turísticas, como a do site de Experiências Turísticas do Paraná, para que a gente possa compartilhar com os nossos hóspedes”, pontua.