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Saúde que cai do céu

Fonte: Revista Mercado em Foco – ACIL – Por Fernanda Bressan

Correr na esteira ou em meio às árvores? Pedalar sem sair do lugar ou passar por caminhos e trilhas da cidade? Se exercitar sob o ar condicionado ou sob o sol? Há diferenças? É grande o número de pessoas que tem buscado o ar livre para suas atividades esportivas. Praticar exercícios fora das quatro paredes traz benefícios extras, potencializam a sensação de bem estar e ainda ajudam na ativação da vitamina D. É saúde em dose dupla.

A endocrinologista Julia Coutinho aponta que precisamos de exposição solar por ao menos 20 minutos diários e sem proteção para manter ou repor os níveis da vitamina D no organismo. “A vitamina D é uma molécula que é ativada pela radiação solar. Quando o corpo é exposto por ao menos 20 ou 30 minutos ao sol sem proteção solar já há este benefício”, pontua. Hoje trabalhamos em ambientes fechados, usamos protetor solar, chapéus e bonés por conta do envelhecimento precoce e do risco de desenvolver câncer de pele, hábitos que acabaram por reduzir a concentração da vitamina D no organismo. Claro que sempre é preciso ponderar a exposição ao sol. “O horário de maior incidência solar traz mais benefício do ponto de vista da vitamina D, mas pesando o risco/benefício para a incidência do câncer de pele, recomenda-se que essa exposição sem proteção seja feita antes das 10 horas ou depois das 15 horas”, acrescenta a endocrinologista.

Fundamental para a saúde óssea, a vitamina D merece atenção. “Ela e o cálcio são substratos para manter a boa condição da formação óssea. A deficiência da vitamina D ou do cálcio eleva as chances de ter osteopenia ou osteoporose principalmente em mulheres depois que entram na menopausa”, informa a especialista.

Níveis insuficientes

Hoje em dia é comum ouvirmos que as pessoas estão com deficiência da vitamina D. Dra. Julia diz que novos estudos mudaram a forma de ver a quantidade ideal para a saúde. “Antes se preconizava que a vitamina D era boa acima de 25 ng/ml, mas em alguns estudos recentes, de 2, 3 anos para cá, mostrou que o benéfico maior era com a vitamina D acima de 30ng/ml. Por isso que está esse boom que todos têm deficiência da vitamina D. Quem estava na margem normal entrou na categoria de insuficiente”, esclarece.

De acordo com ela, quando a dosagem da vitamina D está entre 25ng/ml e 30ng/ml, é possível normalizá-la com a exposição ao sol. “Abaixo disso, é difícil normalizar, aí é recomendado repor a vitamina D com cápsulas, com doses indicadas para cada caso pelo médico”, pontua.

Somado à vitamina D, quem pratica exercícios ao ar livre ganha em outros pontos. “A atividade física por si só traz benefícios por melhorar a qualidade de vida, a disposição, a agilidade, o equilíbrio. Quando feita ao ar livre você tem mais contato com a natureza, fica mais livre. Para quem tem ansiedade, depressão, transtornos psicossomáticos, a atividade física ajuda muito, ainda mais interagindo com outras pessoas e com o ambiente”, diz Dra. Julia.

Yoga no parque

Há pouco mais de dois anos, Priscila Nery dá aulas de yoga, desde sempre focada no ambiente externo. “Comecei com práticas ao ar livre e hoje tenho também um espaço onde dou aulas mais privadas. No início deste ano, as práticas ao ar livre foram integradas no projeto Yoga no Parque, as aulas acontecem tanto durante a semana como aos finais de semana em locais como Zerão, Aterro do Lago Igapó e Campo da Guarda, no Igapó 2”, conta.

Para ela, os benefícios da prática integrada ao ambiente externo são inúmeros e se traduzem em qualidade de vida. “Os ganhos na prática ao ar livre são muitos. As pessoas hoje estão o tempo todo sentadas, seja no carro, no computador, no trabalho. Quando chegam em casa, sentam-se no sofá, invariavelmente na frente de uma tela de tv, do celular ou do computador. Nisso há um bloqueio energético que se forma, criam-se vícios posturais e tudo isso vai enferrujando. Quando essa pessoa sai ao ar livre, ela sai desta zona fechada de estresse”, descreve.

Com tantos diagnósticos e queixas de estresse, depressão, ansiedade e até crises de pânico, nada melhor que buscar rotas alternativas para viver melhor. “A prática ao ar livre tira a pessoa do ambiente estressante e fechado e a leva para um lugar onde vai poder respirar melhor, vai sentir ar puro, ter contato com a natureza”, salienta Priscila.

Com a natureza ao redor, até as preocupações ficam em segundo plano. A professora de Yoga aponta que no momento da prática dificilmente a pessoa vai pensar nos problemas, a atenção se volta para outras coisas. “Ela percebe uma flor, a cor do céu, o cheiro do local, da natureza, coisas que na correria do dia a dia dificilmente uma pessoa faz”, destaca.

Priscila conta que ela própria sentiu a vida melhorar quando passou a se exercitar em ambiente externo. “Tinha uma vida diferente antes de ser professora de Yoga, trabalhava em uma grande empresa, era um estresse maluco. Ao ar livre há uma integração com você mesmo, com a natureza e com outras pessoas”, completa.

Em um ambiente leve, a respiração flui, o peso do dia se reduz, a saúde se restabelece. Quem quiser experimentar uma prática de yoga pode buscar no Facebook a página @yoganoparquelondrina onde eles informam onde serão as práticas e em qual horário.

Questão de liberdade

Quem também escolheu o céu como teto foi o educador físico Marcus Vinícius Delgado Góes. Ele dá treinamento funcional e tem grupos de corrida no Zerão. O start veio de uma experiência pessoal. “Meu pai era sedentário e ao longo da vida adquiriu diabetes, ele teve um processo delicado e quase morreu. Foi aí que começou a praticar corrida por conta própria, santo de casa não faz milagre, e ele acabou se lesionando. Nesse momento eu vi a importância de correr com acompanhamento e orientação, tem que ter qualidade de treino, descanso. Comecei a ter os grupos de corrida. E disso veio o treinamento funcional também, é importante ter um corpo forte para praticar outros exercícios e os exercícios funcionais auxiliam nos outros”, conta.

Para ele, o fato das pessoas trabalharem em ambientes fechados faz com que o ar livre tenha um apelo a mais. “Esse contato com a natureza gera uma sensação de bem-estar, você sai do som alto dos ambientes fechados para a natureza. Somado a isso, tem a questão da liberdade”, destaca. A própria diversidade do ambiente proporciona diversidade nos exercícios. “No Zerão tem o gramado, a escadaria, a rama, a pista, tudo é usado nas atividades”, completa.

Para Marcus Vinícius, este é um momento para ver a luz do sol, ter o prazer dos exercícios e do relaxamento. “Na rua você vai para onde os teus pés te levarem, se conecta com a natureza, vê um pássaro, sente a brisa, vê a criação de Deus nos mínimos detalhes”, descreve.

Para quem quer começar ou terminar o dia de forma mais leve, fica o convite para se exercitar próximo da natureza. Londrina tem vários espaços em que isso é possível. Caminhada, pedalada, corrida e até atividades aquáticas como remo e caiaque são realizadas no Lago Igapó. Conexão com o corpo e a natureza promovendo bem-estar e saúde.


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