Fonte: O Estado
A economia brasileira teve um desempenho melhor que a da maioria dos países durante a crise financeira, mas deve precisar de mais cortes de juros e menos estímulos fiscais até o fim do ano para se recuperar efetivamente dos efeitos da crise. A recomendação faz parte de um relatório da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgado ontem.
A OCDE é uma organização que reúne 30 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O Brasil não faz parte dela, mas possui acordos de cooperação. De acordo com a organização, o Brasil não ficou imune à crise econômica e financeira mundial, mas já está em curso uma recuperação que vai mostrar seus efeitos no segundo semestre deste ano e em 2010.
Em junho, a OCDE já havia revisado a previsão de queda do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país) brasileiro de 0,3% para 0,8%. Para 2010, a organização espera um crescimento de 4%. A inflação prevista é de 4,2% nos dois anos, abaixo da meta de 4,5% fixada pelo governo.
O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, esteve reunido ontem com o ministro Guido Mantega (Fazenda) para a apresentação do documento. “O Brasil, apesar de ter sido afetado pela crise global, tem se mostrado bastante preparado para superá-la”, disse o secretário na divulgação, ao lado do ministro.
Gurría disse que o Brasil ainda precisa enfrentar alguns desafios para fortalecer a sua economia e citou, entre eles, a redução dos gastos públicos e a reforma tributária.
Por outro lado, elogiou a condução da política fiscal brasileira e disse que esse fator abriu espaço para que o país reduzisse tributos para incentivar alguns setores mais afetados pela crise neste ano.
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