O Norte do Paraná ganhou um canal mais próximo de divulgação das diversas linhas de financiamento disponibilizadas pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, que contam com taxas de juros e condições mais atrativas em comparação com o mercado. Desde que um acordo entre a Associação Comercial de Londrina (ACIL) e o BRDE foi firmado, em 2022, o empresariado da região passou a contar com o atendimento presencial de um prospector de novos negócios do banco, maior repassador de recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Sul do País.
Em 2023, o BRDE chega aos 62 anos disponibilizando linhas de crédito para o financiamento de grandes projetos nos segmentos da indústria, comércio, serviços, agronegócio, inovação e turismo. A instituição também disponibiliza linhas de financiamento direcionadas aos projetos voltados à sustentabilidade, e às iniciativas lideradas por públicos específicos, como mulheres e jovens entre 18 e 29 anos.
A parceria entre a Associação Comercial e Industrial de Londrina e o BRDE, avalia a presidente na gestão 2021-2023, Marcia Manfrin, é fruto do bom relacionamento institucional que foi construído com a diretoria do banco, liderado pelo presidente Wilson Bley Lipski. “Entendemos que é um legado para a cidade de Londrina, construído pela ACIL”, comemorou. Marcia Manfrin passou, no final de fevereiro, o bastão para o ex-diretor comercial, Angelo Pamplona, eleito pela chapa Acil à Frente.
Análise

“A preocupação maior é se o projeto é inovador para
a empresa e não tanto em relação ao ineditismo”
Prospector de novos negócios do BRDE na região de Londrina, João Carlos Kuritza explica que o período de análise para as solicitações de crédito atualmente é de cerca de 60 dias. O prazo é bem menor do que no passado, considera, porém é respeitado “desde que os empresários e contadores façam a sua parte, enviando os documentos rapidamente”, pondera.
“É muito importante ter uma conversa inicial com o empresário para sabermos qual é a sua necessidade. Para cada necessidade, o BRDE tem uma linha de crédito. Os associados procuram a ACIL e podem agendar uma reunião ou uma visita na empresa. Aqui mesmo na ACIL já atendemos 15, e temos uma funcionária, a Alessandra, que orienta tanto sobre as linhas do BRDE, quanto sobre as da Fomento Paraná”, diz.
Um dos principais programas de concessão de crédito da instituição é o voltado para os segmentos da Indústria, Comércio e Serviços. O BRDE Empresas Automático pode ser contratado para o financiamento de projetos de obras civis, montagens, instalações elétricas e hidráulicas, despesas pré-operacionais, treinamentos e outras grandes demandas, como o licenciamento de softwares nacionais cadastrados no BNDES, além da concessão de capital de giro. A linha de financiamento é voltada para empresas, produtores rurais, cooperativas e municípios, tendo como prazo máximo 10 anos para o pagamento, incluídos de seis a 24 meses de carência. Por meio deste programa, grupos empresariais com até R$ 300 milhões de faturamento anual poderão contratar empréstimos de R$ 300 mil a R$ 15 milhões com taxa de juros de 5,5% ao ano. No caso de microempresas, o crédito disponível mínimo é de R$ 50 mil.
Agências
Com sede administrativa em Porto Alegre (RS), o BRDE também possui agências em Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), além de um escritório de representação no Rio de Janeiro (RJ) e espaços de divulgação em Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá, Francisco Beltrão e Campo Grande (MS).
Conforme um balanço divulgado pela diretoria no início deste ano, em 2022 o BRDE financiou R$ 4,4 bilhões em projetos na região sul do país, sendo R$ 1,7 bilhão deste montante em empresas e projetos com sede no Paraná. Em seguida, aparecem o Rio Grande do Sul, com R$ 1,5 bilhão contratados, e Santa Catarina, com R$ 1,2 bilhão. “A nossa carteira hoje no banco está em torno de R$ 6 bilhões só no estado do Paraná. Este é o dinheiro que está aqui dentro correndo ainda”, explica Kuritza.
Para Márcia Manfrin, a parceria institucional deverá colaborar com a retomada do crescimento econômico, além de alavancar negócios inovadores e incentivar a geração de empregos para o Norte do Paraná. “Somos um centro logístico poderoso, capaz de agregar muitos negócios com mão de obra qualificada e atrair grandes empresas. Só temos a agradecer por esta parceria e desejar que os empresários e empreendedores sejam bem atendidos e consigam levar seus projetos adiante”, conclui.

Novos negócios
Para captar investimentos por meio do BRDE, afirma João Carlos Kuritza, empresários e empreendedores precisam ter em mente que o time de profissionais do banco fará uma análise que extrapola o histórico contábil da organização. “Qual é o diferencial? O BRDE não analisa só a capacidade de pagamento, mas analisa o projeto. É viável? Vai dar o retorno esperado, gerar empregos e renda? Tem consistência? Esta é a missão do BRDE”, diz o prospector de novos negócios.
Na medida em que o BRDE passou a direcionar a sua linha de atuação para se tornar um banco verde, ou seja, uma instituição que se posiciona como sustentável e busca financiar propostas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o entendimento sobre o que são projetos inovadores se tornou mais amplo. “Conseguimos mudar um pouquinho essa nomenclatura. Então, a preocupação maior é se o projeto é inovador para a empresa, e não tanto em relação ao ineditismo”, explica.
Neste sentido, não é exagero dizer que projetos capazes de colocarem seus objetivos, visão estratégica e valores nos trilhos dos ODSs têm maior probabilidade de ter mais sucesso em suas solicitações. Só para se ter uma ideia, 75% dos projetos financiados em 2022 estavam alinhados com ao menos um dos objetivos previstos na Agenda 2030 (ONU), trazendo políticas de responsabilidade socioambiental e climática e gestão de risco socioambiental.
Startups
Há espaço para startups e novos negócios, diz o prospector. No entanto, as linhas de crédito voltadas para este perfil obedecem a uma lógica diferente em razão do maior risco. “O BRDE financia 50% do projeto. O empresário tem que entrar com os outros 50% e capitalizar este montante na empresa. É importante fazer um plano de negócios com o Sebrae. Eles vão estudar o mercado, a capacidade de pagamento, taxa de retorno, e é muito importante para financiar a implantação”, explica.
Empreendedores e projetos de inovação também poderão contar com o programa que traz recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Finep Inovacred disponibiliza até R$ 15 milhões para o custeio de pesquisa e desenvolvimento, prototipagem, entre outros objetivos, com taxas de juros que variam de 4,2% a 5,5%, acrescida da Taxa Referencial (TR).
“Antigamente, éramos totalmente dependentes do BNDES. Hoje, dependemos muito ainda, mas de 95% caiu para 70%. Temos muitos recursos do exterior que vamos buscar com taxas boas e prazos que vão até 15 anos, só que são mais para projetos de sustentabilidade, eficiência energética e usinas”, explica o prospector de novos negócios do BRDE em Londrina.
Variedade
Por outro lado, existem programas com linhas de créditos voltadas para jovens empreendedores que disponibilizam até R$ 5 milhões para micro, pequenas e médias empresas, e até R$ 1 milhão para produtores rurais.
É por intermédio do BRDE Energia Sustentável que os agricultores que desejam instalar uma usina de energia fotovoltaica, por exemplo, podem financiar projetos com recursos captados de fundos de investimento da Europa e América Latina.
Já para fomentar a estratégia de recuperação da economia regional do Paraná por meio do turismo rural, o BRDE também financia instalações, projetos, serviços e empreendimentos reconhecidos pelo Ministério do Turismo como de interesse turístico, além de capital de giro. Neste programa, o BRDE possui uma linha de financiamento com taxas de juros de 5% ao ano, acrescida da Taxa Selic.
O BRDE disponibiliza informações detalhadas sobre todas as linhas de financiamento dos seus programas de desenvolvimento econômico no site www.brde.com.br.
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