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Londrina se rende ao giro do pedal

Ciclismo toma as ruas e estradas da cidade e tem potencial para diminuir o risco de doenças cardiovasculares; itens de segurança são fundamentais


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Tempo de leitura: 5 minutos

O pedal tomou as ruas. Seja em grupo, seja sozinho, a atividade ganhou o coração de muitos londrinenses. Durante a pandemia, com as academias fechadas, foi a válvula de escape dos que amam exercício físico e, agora, o esporte virou febre. Além de gastar energia, a bicicleta é um meio de transporte que não prejudica o meio ambiente. Como exemplo, o iFood, empresa de delivery, lançou a ação iFood Pedal, em que seus entregadores usam bicicletas, buscando reduzir a emissão de carbono.

Considerado um exercício aeróbico, pedalar auxilia no condicionamento físico e no cardiorrespiratório, além de auxiliar no controle do peso e fortalecimento dos músculos. A atividade física é recomendada em especial para pessoas em recuperação de lesões no joelho ou que precisam de manutenção da força no membro, e também, para quem gosta de esporte mas não pode ter impacto na coluna.

A facilidade também chama atenção. Para aquelas pessoas que não se sentem confortáveis com as bicicletas tradicionais, há as ergométricas como opção. Para iniciantes, pedalar é uma introdução à atividade física, mas há aqueles que vivem pelo ciclismo.

Adriano Pereira, bike fitter:
“É um esporte que traz contemplação e diversão em grupo,
fazendo com que a atividade seja prazerosa e divertida”

Bike fit

“O ciclismo é praticamente minha vida, pois trabalho com isso há mais de 35 anos, iniciando como atleta de BMX, posteriormente atleta de ciclismo de estrada, treinador, consultor de geometria de bicicleta para grande marca nacional… O ciclismo se resume em um esporte que coordenou e coordena minha vida”, conta Adriano Pereira, bike fitter, especialista em Cinesiologia e Biomecânica.

O bike fit é voltado para adequar a bicicleta ao tipo físico do ciclista. Adriano alerta que o esporte pode provocar lesões caso não seja feito o ajuste adequado. Recomenda que a regulagem seja realizada por um profissional experiente, pois, em alguns casos, o atleta pode estar começando a fim de poupar a saúde de seus joelhos por exemplo, mas a regulagem errada pode piorar o quadro.

Para o especialista, o ciclismo está sendo buscado cada vez mais por indicações médicas de fortalecimento e também por indicação terapêutica, já que “é um esporte que traz contemplação e diversão em grupos, fazendo com que a atividade seja prazerosa e divertida”.

Benefícios e riscos

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Glasgow e publicado na revista British Medical Journal chegou à conclusão de que usar a bike como meio de transporte para o trabalho diminui o risco de desenvolver câncer em 45%, de ter uma doença cardíaca em 46%, quando comparado com sedentários, e de morte prematura em 40%. Além disso, o esporte ajuda a reduzir os níveis de colesterol, consequentemente reduzindo as chances de derrames e ataques cardíacos.

Para Adriano Lopes, personal trainer, o maior benefício da prática é a sensação de liberdade que os proporciona e a melhora na qualidade de vida. Entretanto, ele alerta para os riscos no trânsito: “Eu mesmo já tive quedas com fraturas. Temos que ter muito cuidado no trânsito porque podemos sofrer acidentes graves e ter várias lesões. Não devemos negligenciar a utilização de equipamentos de segurança, principalmente o capacete”.

No Brasil, o número de acidentes envolvendo ciclistas aumentou. No ano passado, 16 mil pessoas que estavam em bicicletas tiveram que ser hospitalizadas, 22% a mais do que em 2019.

Adriano Lopes, personal trainer:
Não devemos negligenciar a utilização de equipamentos
de segurança, principalmente o capacete”

Equipamentos

Além do capacete, o uso de luvas contribui para uma melhor aderência na manopla da bicicleta e previne ferimentos na mão. Bermudas com o tecido e acolchoamento corretos e camisetas que ajudam na sensação térmica, com cores vibrantes para sinalização, são equipamentos recomendados para a prática do ciclismo.

Adriano Lopes revela que muitos iniciantes usam o banco (selim) da bicicleta na altura incorreta, deixando-o baixo para colocar o pé no chão, quando, na verdade, deve estar em uma  altura que possibilite esticar as pernas no movimento da pedalada, gerando mais conforto e mais força no pedal.

Quanto às próprias bicicletas, as opções para ciclistas que percorrem longas distâncias surpreende quem nunca praticou o esporte ou até mesmo teve só uma de rodinhas quando era criança. As bikes de carbono são menos rígidas e proporcionam um pedalar mais fluido, fazendo com que force menos os músculos das pernas, ou seja, essa opção otimiza o treino. Fora o conforto, esse material é capaz de absorver impacto em estradas ou trilhas. O preço dessas bicicletas varia de R$ 5 mil até R$ 62 mil.

Impacto

Para Adriano Pereira, o ciclismo trouxe um impacto positivo para Londrina, pois levou movimento para estabelecimentos que revendem bikes, mecânicos e até restaurantes rurais. Adriano Lopes concorda, mas opina que falta incentivo do poder público para a prática do esporte.

*Com supervisão de Ranulfo Pedreiro (editor).

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