Voltar

Edição

12

“Queremos conquistar o que Londrina merece”

À frente da ACIL, Angelo Pamplona assume a presidência para intensificar a relação com o associado e trabalhar para que a cidade alcance benefícios proporcionais à sua importância


Por:

Tempo de leitura: 9 minutos

Angelo Pamplona estava em seu restaurante, na R. Sergipe, quando duas colaboradoras do Sebrae entraram para conversar. A intenção era trazê-lo de volta ao núcleo que vinha trabalhando para revitalizar a rua, uma vez que o empresário havia se afastado com a correria do dia a dia. Papo vem, papo vai, e a visita acabou fazendo com que ele, além de retornar ao núcleo, se aproximasse definitivamente do associativismo. Em seguida, foi convidado por Valter Orsi para ser diretor da ACIL. Nove anos depois, Angelo Pamplona assume a presidência para comandar a entidade durante a gestão 2023-2025. “Chegar à presidência me honrou muito, é o coroamento de uma carreira como empresário”, destaca.

A revitalização da R. Sergipe, com a aplicação dos conceitos de Rua Inteligente por um projeto em cooperação com a Prefeitura, a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu ganhou visibilidade nacional. O Grupo Rua Sergipe, do Programa Empreender, da ACIL, tornou-se o primeiro núcleo dedicado a uma rua do país. A inovação foi acompanhada de realizações, culminando no Dia da Sergipe, festejado no segundo semestre com uma celebração reconhecida pelo calendário do Paraná, capaz de atrair autoridades e milhares de visitantes para atividades de cunho social, recreativo e cultural.

Aprovação

Após a gestão de Valter Orsi, Angelo Pamplona permaneceu como diretor da ACIL nas gestões de Claudio Tedeschi, Fernando Moraes e Marcia Manfrin, que o indicou como sucessor, conseguindo a aprovação do Conselho Deliberativo. Em novembro de 2022, Pamplona foi eleito, em assembleia, presidente por aclamação.

“Um cidadão londrinense ser presidente da maior instituição de classe é uma honra, um privilégio. Vamos dar sequência às gestões anteriores, temos compromisso com o associado, para quem foram feitas grandes e significativas mudanças para usufruir da ACIL, não apenas com o lado técnico do SPC e da certificação, mas também trazendo benefícios para quem se associa. A ação institucional tem força pelo que a ACIL representa para a nossa cidade”, afirma.

Além do trabalho dedicado ao associativismo, Angelo Pamplona também tem forte inclinação filantrópica, trabalhando em prol de importantes instituições, como o Lar Anália Franco e o Instituto do Câncer. Em abril de 2022, foi homenageado pela Câmara de Vereadores com o título de Cidadão Benemérito de Londrina. A dedicação à filantropia foi cultivada em casa. Nascido em Londrina, Angelo Pamplona é filho de londrinense e tem verdadeira paixão pela cidade.

Experiência

Com a experiência de serviços prestados à entidade, Angelo Pamplona sabe que presidir a ACIL é uma responsabilidade que exige trabalho: “É um grande desafio, pois a gente precisa desenvolver a política apartidária e, ao mesmo tempo, não podemos ser coniventes com situações que não sejam boas para a nossa cidade, para o comércio ou para o associado. Nós temos que estar atentos a isso”.

Para trabalhar pelo coletivo, é importante manter-se ao lado de entidades com as quais a ACIL tem sinergia: “Vamos trabalhar juntos, as outras entidades também são importantes para o desenvolvimento da nossa cidade”.

Representando a chapa ACIL à Frente (conheça a nova diretoria na página 9), Angelo Pamplona recebeu a revista Mercado em Foco para conceder a seguinte entrevista:

Mercado em Foco – Quais são os principais desafios que você terá à frente da ACIL?

Angelo Pamplona: “Quero fazer uma gestão voltada ao associado
e ao desenvolvimento de Londrina”

Angelo Pamplona – Nós temos grandes desafios, como o Plano Diretor, que veio se arrastando. O Emanoel [Gomes, presidente da Câmara] quer fazer uma administração voltada à gestão da Câmara de Vereadores de Londrina e não vai deixar que o Plano Diretor seja uma colcha de retalhos. Para isso temos outras entidades que se somam à ACIL para dar o direcionamento necessário para o Plano Diretor, pois, se ele travar nossa cidade, vão ser dez anos de estagnação. A gente não pode deixar que o Plano Diretor faça isso com a nossa cidade, o nosso comércio e a nossa indústria. Temos o MasterPlan Londrina 2040, que precisa sair do papel e justificar o investimento. O MasterPlan foi feito a várias mãos pela sociedade de Londrina e determinou os rumos que a cidade deveria seguir. Também precisamos trabalhar com o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial e a Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura da Região de Londrina, que são iniciativas capazes de trazer benefícios reais para a cidade. Temos os núcleos do Programa Empreender, que são setoriais e multissetoriais. Os núcleos abrem um universo imenso para a gente desenvolver a nossa cidade e trabalham muito próximo ao associado, ao comércio e outros segmentos ligados a uma determinada rua ou determinado nicho de mercado. Quero fazer uma gestão voltada ao associado e ao desenvolvimento de Londrina. Se a ACIL for forte e trabalhar pelo desenvolvimento, os beneficiados serão nossos associados. Temos esse compromisso de fazer essa entrega e fortalecer a economia.


Como a ACIL pode fortalecer o comércio?

Nós temos as verticais do Ecossistema de Inovação, que é a Governança do Comércio. Nessa governança, estão entidades como o Sebrae e instituições de ensino. Queremos estar juntos com essa governança e estabelecer um calendário de eventos durante o ano, para que a gente desenvolva o comércio. Temos eventos como o Mercado em Foco e o LiDERE, ambos da ACIL, voltados à formação e atualização do empresário. Temos muitos serviços e ações que beneficiam não só o associado, mas a cidade como um todo.

Um desses desafios é a revitalização do Centro?

É preciso que ela aconteça porque o Centro de Londrina não pode ficar degradado, é o coração da cidade. Nosso Centro é bonito, tem um circuito histórico e cultural, não podemos deixar que isso se perca. Queremos ter história, cultura e comércio trabalhando em conjunto para que um fortaleça o outro. Nós temos o Museu de Arte, o Museu Histórico, o Ouro Verde, o Cadeião, a Concha Acústica, o Bosque, o Edifício Autolon… Temos esse circuito e queremos que esse ativo gere benefícios para a cidade.


Como a ACIL pode se integrar e fortalecer os laços com outras cidades da região?

O primeiro momento é realmente Londrina e Maringá se aproximarem e trocarem essa experiência do que um tem e o outro não tem. Isso vai gerar um ganho intelectual e um ganho de economia de capital muito grandes. Essas duas cidades são pólos, são metropolitanas, e temos no entorno cidades menores que dependem tanto de Londrina quanto de Maringá. Conforme criarmos esses ativos de tecnologia tanto para Londrina quanto para Maringá, queremos que isso seja replicado para as cidades que estão no entorno. Só faz sentido ter todo esse crescimento se ele for replicado para as cidades menores. Em Maringá temos a CACINOR (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Norte e Noroeste do Paraná), e, em Londrina, temos a CACINP (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Norte do Paraná). A CACINP tem 32 associações comerciais. Por que não replicar isso para essas outras cidades? Elas podem ser beneficiadas por esse projeto com redução de custos e a inteligência que isso vai criar para o desenvolvimento de todas elas.


Londrina tem vários gargalos de infraestrutura, especialmente nas estradas. Como será o diálogo com o governo do estado? Como a ACIL vai reivindicar obras que são fundamentais para a cidade?

O que Londrina representa para o governo do estado em arrecadação, importância e população deve corresponder com o que o governo do estado traz para nós. Temos que ter esse olhar e essa cobrança. Que seja correspondente ou faça algo mais.

Você tem nove anos de experiência junto a ACIL e eles com certeza ajudaram a moldar o novo presidente.

Fiquei dois anos como Segundo Tesoureiro, com Valter Orsi. Na gestão do Cláudio Tedeschi, passei para diretor Comercial, onde fiquei nos últimos sete anos. Na diretoria comercial eu pude aprender mais sobre o comércio de Londrina e mais sobre o envolvimento da ACIL com o comércio. Por ser uma entidade muito forte, a ACIL gera muita expectativa, e muitas vezes em cima de temas que não são da sua prerrogativa. Mesmo não sendo prerrogativa, a ACIL tem condições de exercer um papel que vai fortalecer o comércio ou o associado em necessidades específicas.

Quais foram os critérios para escolher a nova diretoria?

Alguns dos diretores da gestão 2021-2023 continuaram conosco, e os novos foram escolhidos para aproveitarmos sua expertise na diretoria. Foi uma escolha técnica, para que os diretores consigam aplicar sua experiência na diretoria da ACIL, fazer com que os projetos fluam da melhor forma e andem mais rápido para obter o melhor resultado na realização.

Então a perspectiva é de uma diretoria ativa e que trabalhe tecnicamente?

Os diretores vão ter que trabalhar. Fizemos uma transição para que a diretoria assumisse sem passar pelo gap de parar para ver como funciona. Alguns diretores já estavam trabalhando antes da posse. Estamos trocando de motorista com o carro andando.

Como a nova gestão pretende atuar institucionalmente?

Vamos sempre buscar um tratamento de excelência para o nosso associado, para ele se sentir amparado por uma associação que o defende com excelência. Disso, não vamos abrir mão. Também vamos aumentar o número de associados. Quando você dá essa excelência no amparo ao associado, desperta o pertencimento. Por isso vamos conseguir também trazer mais associados. A força da ACIL é necessária para Londrina. Vamos brigar incansavelmente para Londrina alcançar a posição que merece. Nunca menos do que a cidade merece ou precisa.

Continue lendo…

Recomendados para você

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *